terça-feira, 30 de novembro de 2010

Aje Saluga

Não é rara a vez que me deparo dizendo que mesmo a Umbanda cultuando um pantaleão muito restrito perante o africano, não podemos negar a existência dos demais Orixás e que vibramos e sofremos o impacto deles.

Um exemplo disso é Aje Saluga ou Anabi (como é chamada pelos mulçumanos), que simboliza para o Povo Yorubá o poder da riqueza, de ganhar e obter dinheiro para uma vida sem dificuldades e com prosperidade extensiva a toda a familia.

É um Orixá cultuado em todo o Panteão africano e nas Américas por Babalorixás e Babalawos, esses líderes espirituais, quando se defrontam em jogo com uma situação precária de vida do filho ou cliente que os procura, aconselham apropriadamente a estes que façam o assentamento de AJÈ SALUGA.

É um fundamento que poucas casas de santo conhecem ou cultuam, para Assentar Ajè Saluga faz-se necessário ter os seus 4 fundamentos também assentados, para que se consiga atingir os intentos, mudar o destino, consagrar todo o ritual e atingir o objetivo que é o de prosperar quem o cultua.

Os 4 Fundamentos necessários para se ter Ajè Saluga são:

Esú Odará

Orunmilá

Osanyín

Igbá Ori

Aje Salugá é a irmã mais nova de Yemanjá. Ambas são as filhas prediletas de Olokun. Quando a imensidão das águas foi criada, Olokun dividiu os mares com suas filhas e cada uma reinou numa diferente região do oceano. Aje Salugá ganhou o poder sobre as marés. Eram nove as filhas de Olokun e por isso se diz que são nove as Yemanjás.
Dizem que Yemanjá é a mais velha Olokun e que Aje Salugá é a Olokun caçula, mas de fato ambas são irmãs apenas. Olokun deu às suas filhas os mares e também todo o segredo que há neles. Mas nenhuma delas conhece os segredos todos, que são os segredos de Olokun. Aje Salugá era, porém, menina muito curiosa e sempre ia bisbilhotar em todos os mares. Quando Olokun saía para o mundo, Aje Salugá fazia subir a maré e ia atrás cavalgando sobre as ondas. Ia disfarçada sobre as ondas, na forma de espuma borbulhante. Tão intenso e atrativo era tal brilho que às vezes cegava as pessoas que olhavam. Um dia Olokun disse à sua filha caçula:
"O que dás para os outros tu também terás, serás vista pelos outros como te mostrares. Este será o teu segredo, mas sabe que qualquer segredo é sempre perigoso".
Na próxima vez que Aje Salugá saiu nas ondas, acompanhando, disfarçada, as andanças de Olokun, seu brilho era ainda bem maior, porque maior era seu orgulho, agora detentora do
segredo.

Mesmo não cultuando, participamos de sua egregora, afinal que não roga pela riqueza? Mas o que é riqueza?

Segundo o dicionário Aurélio, riqueza é “Qualidade de rico” ou “a classe dos ricos”. Rico, por sua vez, é o “que possui muitos bens ou coisas de valor”. Mas vamos refletir um pouco sobre o que seria para cada um de nós “uma vida rica”… Será que seria simplesmente “ficar rico”? Provavelmente não, certo?

Riqueza vai além da riqueza material: riqueza de experiências, riqueza de valores e riqueza social. De fato, no fundo é isto que todos nós procuramos: uma riqueza num sentido mais amplo. Afinal, mas para o cantor tem na sua voz a sua maior riqueza... A saúde, a arte, o amor, tudo é Aje.

O atual conceito de riqueza é pobre. Não resiste a uma análise filosófica, que tente entender o seu significado: o que é a riqueza em si. É certo que o grego e o medieval ficariam fascinados pelo avanço da medicina, sem dúvida um conceito íntimo de riqueza, mas não com os automóveis que roubam o mais precioso de todos os recursos: o tempo de vida de uma pessoa.

Talvez o melhor indicador de riqueza ainda é o grau de educação de cada pessoa e do conjunto das pessoas em cada sociedade. Primeiro, porque a educação é geradora da riqueza material que caracteriza o imperfeito sistema econômico dos últimos duzentos anos; segundo, porque é o instrumento de ascensão do patrimônio material de cada pessoa; terceiro porque é o único elemento capaz de distribuir bem a riqueza, qualquer que seja seu conceito.

Engana-se quem acredita que para enriquecer basta ter dinheiro. Para ficar rico, o segredo é ter um planejamento financeiro rígido e segui-lo à risca de forma disciplinada.

Muitas vezes, ricos e pobres estão juntos no mesmo barco: é o movimento que interessa, ou você está em processo de enriquecer ou de empobrecer, não importa quanto dinheiro tenha, pois ninguém fica rico com o dinheiro que ganha, mas com o uso que dá ao dinheiro que deixa de gastar. No meu site (www.yangi.com.br) há uma planilha de orçamento familiar que esta disponível gratuitamente para colaborar com o planejamento financeiro.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

O uso da água na religião

Hoje 15/10 é o dia do Blog Action Day, onde inúmeros blogs pelo mundo debatem o mesmo assunto, o deste ano é a água, estamos participando desta corrente, mas o nosso foco será o uso ritualistico da água.

É importante ressaltar a importância da água para o seu humano pois cerca de 3/4 do planeta é coberto de água e o próprio corpo humano possui aproximadamente 87% de água.

Na religião a água é de fundamental importância, pois vários Orixás tem seus pontos de força na natureza em locais onde há água.

Como arsenal veremos nos banhos de amacis, para cozinhar, para lavar as guias, para descarregar os maus fluídos, para o batismo. Dependendo de sua procedência (mares, rios, chuvas e poços), terá um emprego diferente nas obrigações.

A água poderá concentrar uma vibração positiva ou negativa, dependendo do seu emprego.
A água é uma excelente captadora de energias, tanto que normalmente é utilizada em rituais de descarregos, de limpeza, etc. , bem como também é utilizada para captar bons fluídos.

Como um dos principais simbolismos nos banhos, pois é o elemento que deve ser oferecidos a todos os Orixás e pelo seu poder na natureza é considerado o sêmen, a fecundidade do sangue branco feminino.

Deve-se ter certos cuidados com as águas que encontram-se na natureza, pois cada uma tem seu valor e sua utilização.

Conhecemos e fazemos uso em rituais de água de procedência de dez campos sagrados.
Rocha: água detida em saliências nas rochas. Ligada a Xangô - entre suas funções, traz força física, disposição, boa-vontade, sabedoria;
Mar: ligada a Yemanjá - imã de energias negativas, anti-séptico e cicatrizante, fertilidade, calma;
Mina: ligada a Oxum e Nanã - força, vitalidade - é a mais indicada para se utilizar nas quartinhas e em assentamentos de anjo-deguarda;
Mar Doce: encontro de rio e mar. Ligada a Ewá - trato do corpo sentimental, humor, bom senso e independência;
Chuva: ligada a Nana e Oxum – excelente função de limpeza e descarrego;
Cachoeira: ligada a Oxum e Xangô - sentimentos, afeto, força de pensamente, alegria, jovialidade;
Rio: ligada a Oxum (na correnteza) e a Obá (nas margens) - determinação, bons pensamentos;
Poço: ligada a Oxum- resistência, sabedoria;
Lagos e Lagoas: ligada a Nanã- serenidade,resignação;
Orvalho: recolhido das folhas, ao alvorecer do dia. - Ligado a Oxalá - calma, paciência, fecundidade.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Ibejada

No dia 27 de setembro os católicos homenageiam os santos Cosme e Damião, graças ao sincretismo feito pelos negros ao Orixá Ibeji vemos que a homenagem tornou-se uma grande festividade nacional e a sobrevivência da devoção aos santos católicos.

Afinal em terreiros de Umbanda e Candomblé com as suas homenagens, distribuição de comidas e a “obrigatoriedade” do culto e preceitos que transformaram a homenagem católica em essência afro-brasileira.

Tanto isto é verdade que a igreja católica tem um “certo problema” com a imagem de Dohú, ou popularmente conhecido, Doum.

Ibeji quer dizer gêmeos (ib: “nascer” e eji:”dois”), mas alguns dizem que seria o primeiro dos gêmeos a nascer. O segundo, se fosse menina, seria chamado de Alabá. A primeira criança nascida depois dos gêmeos seria denominada Dohú.

Chamado de Ibeji na nação Ketú ou Yorubá e Tobossi no Jeje Vodú, esse Orixá-Vodun se identifica no aspecto masculino como Tossé e no feminino como Tossá. Geralmente proporcionam aos seus filhos, famílias extensas ou o aparecimento de filhos gêmeos. Na Nação Angola, Ibeji é conhecido como Vounge Mona Ame.

Em muitas religiões observa-se o culto aos gêmeos e sempre estão associados como patronos dos casamentos e da família, todas as crianças são protegidas de Ibeji, os adultos, especialmente os que não se esqueceram que um dia foram crianças e, por isso, tratam os pequenos com carinho e respeito e os que endurecem mas não perdem a ternura.

Uma das lendas deste Orixá diz que existia um reino dois pequenos príncipes gêmeos, que traziam sorte a todos. Os problemas mais difíceis eram resolvidos por eles, em troca, pediam doces balas e brinquedos.

Na África, a chegada dos gêmeos era motivo de alegria, mas não deixava de trazer preocupações, principalmente quanto ao sustento. Cultuar Ibeji é a garantia de que a vida seria abastada. Por isto, além dos preceitos do culto, oferendas comidas neste dia é extremamente importante. Por isto caruru, vatapá, feijão preto, acarajé, fatias de coco, galinha da terra nos sustentam neste dia como uni as nossas famílias.

De todos estas iguarias a mais importante é o caruru, onde demonstramos que somos crianças interesseiras (não falsas pois criança falsa não existe), pois logo após a oferenda queremos em troca a prosperidade, a fartura e as benção deste Orixá. O problema é que pedimos e esquecemos, mas as crianças jamais se esquecem das promessas que lhes fazem. Daí o cuidado que devemos ter com Ibeji: prometeu, tem que cumprir, pois o que Ibeji fizer não há Orixá que conserte.

sábado, 14 de agosto de 2010

Sabão da Costa

Sabão é de origem da Costa do golfo da Guiné, África. Sendo que, na África tem o nome de “ose”, sua cor é escura, a textura é pastosa e o perfume amadeirado, é usado em “rituais” tanto na África como no Brasil. Osé dudu era o nome dado pelos africanos ao sabão da costa.

Ele é usado para lavar todo o material ritualístico do Yawô (quartinhas, fetiches, ferramentas, jóias...) e o próprio. Não há restrição quanto ao seu uso na cabeça ou por mulheres menstuadas. O sabão tem por função a limpeza do corpo físico e da aura e especialmente de sua camada mais próxima ao corpo físico, retirando larvas astrais e miasmas.

Ingredientes para o preparo

1kg de base glicerinada,
recipiente de esmalte ou de vidro temperado (usada só para esse fim),
bastão de vidro ou colher de plástico descartável(ou uma colher de pau, desde que usada só pra isso),
forma ou panela para banho-maria
formas de silicone ou fôrmas de chocolate.
Modo de Preparo
Em um recipiente de esmalte, derreta a base de glicerina em banho-maria até dissolver muito bem, junto com o corante. Não há a necessidade de mexer a base enquanto estiver no banho-maria.
Quando a base estiver totalmente diluída retire do banho-maria e com um auxílio de um bastão de vidro, mexa a base derretida, afastando a nata que irá se criando. Mexa até acabar a evaporação.
Bater no liquidificador:
1 copo de água mineral;
1 Folha de Osibata, Oriri, macassá, elevante, tapete de Osaala, Manjericão, Saião, Capeba, Alfazema, Alecrim, Peregun, Iroko, Pitanga, Colônia, Rosa Branca, Abebe e 1 colher de café de Wadji, 2 colheres de sopa de efun e 1 colher de café de Ossun. Alguns templos umbandistas adicionam Aroeira, Arruda, Guiné, Espada de São Jorge. Bata bem até se tornar um líquido bem escuro.
Desenforme cuidadosamente e acerte as rebarbas. Embale o sabonete com filme plástico e fixe-o com uma etiqueta de identificação.

Significado das ervas:

- Alecrim - Ewere - erva de Oxalá e Yemanjá - sua atribuição é limpar nossa mente de pensamentos ruins - seu Nome significa Erva de Criança;
- Alfavaquinha - Oriri - O próprio nome já diz Orinrin que Dizer Cabeça Fresca;
Alfazema, Lavanda - Aruso - Erva de Oxum e Oxala - nos perfuma e nos acalma é a erva que as baianas usavam pra perfumar Oxalá;
- Boldo, tapete de Oxalá - ewe baba - Erva de Oxalá todos os rituais relacionados a Ori levam esta erva;
- Capeba, Ewe Iya - Folha de Yemanjá, folha mãe todos os rituais que se relacionam ao Ori levam esta folha;
- Catinga de Mulata - Makassá, erva da qual nos traz boa sorte e também nos ajuda a aumentar nossa intuição;
- Colônia - ewe Toto - folha de Yemanjá e Oxum - tem função de acalmar folha também relacionada ao Ori;
- Coqueiro de vênus, nativo - Peregun - Erva de Ossaim e Ogum. È a primeira folha, Indispensável a qualquer ritual de purificação da qual envolva ervas;
- Erva capitão - Abebe - Erva de Oxum - erva que dá poder aos Cantos - Erva da prosperidade e da beleza;
- Gameleira branca - Iroko - O próprio nome já diz é a Folha sagrada da árvore da qual todos os Orixás se reunem, folha da cura;
- Levante ou elevante - Ere Tuntun, erva de Oxalá e Oxum tem o poder da purificação e tranquilizar;
Manjericão - Efirin - Erva de Oxalá e Oxum nos protege contra feitiços;
- Nenufar - Osibata- Primeira Folha de Oxum - Referência a Grande Iyalorisà;
- Pitanga - Ewe Ita - Erva e Oxum- Folha da Prosperidade;
- Rosa Branca - Ewe Olomi - Erva de Osun - usada pra nos dar boa;
- Saião, Odundun - Erva de Oxalá - Folha da sacralização.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Mediunidade

Quando falamos de mediunidade temos que lembrar que assumimos compromissos perante o espiritual e lembrar também que se nascemos numa família e lugar, muitas vezes temos responsabilidades e resgates com nossos pais, nossos irmãos, nossos filhos e com todos aqueles que nos rodeiam.

Por que somos médiuns?
Para termos essa resposta precisamos voltar até o desencarne da nossa vida anterior.
Quando nosso Pai Omulú nos segurou em seus braços na hora da morte, ou seja, passagem do plano material para o plano espiritual, o nosso Pai Obaluayê abriu a passagem para a transição de plano para outro na hora do desencarne.
A nossa Mãe Nanã Buroquê decanta nossas lembranças para que o pai Oxumaré renove o nosso novo caminho.


A Mãe Obá traz concentração para que a nossa Mãe Yansã redirecione o espírito. Durante essas atuações nossa Mãe Oyá nos está segurando em seus braços, paralizando-nos para que todos os Orixás tenham tempo infinito para atuarem no espírito direcionando o mesmo para Fé e Evolução.

Nesse momento é feito um estudo de tudo o que você fez em suas vidas anteriores e Deus através de seus mentores verificam o que necessitamos de instrumento para tornar nossa reencarnação uma escala de evolução da alma.

Deus nos empresta essa faculdade ou dom para que possamos através dela cumprir a Sua vontade e nossas missões em matéria.

A ligação com o “cordão umbilical” depende disso, ou seja, nós é que pedimos para Deus esta oportunidade. Então é um compromisso assumido ainda em plano espiritual.

Durante a preparação para a reencarnação do espírito inicia-se um novo ciclo, onde a nossa Mãe Nanã Buroquê através da decantação nos faz esquecer dos compromissos assumidos.

Seria muito fácil se soubéssemos o que Deus espera de nós, porém nossos resgates e evolução do espírito não teriam o mesmo valor, e, além disso, não passaríamos pelo difícil teste do Livre Arbítrio.

Após a decantação do espírito é através do amor de um casal que Mãe Oxum concebe a semente do ser que será gerado por Mãe Yemanjá, Pai Obaluayê reduz o espírito ao tamanho do feto para ser instalado no tempo certo no útero da mãe, e após nove meses será reconduzido a luz da carne.

E nosso Pai Oxalá desenvolverá sua fé, nosso Pai Oxóssi lhe trará conhecimento, nosso Pai Ogum a ordem para que sempre saiba respeitar a Lei Maior e a Justiça Divina.

Tipos de Mediunidade

INTUIÇÃO: É um tipo de mediunidade onde o médium recebe em seu pensamento, sob a forma de uma sugestão, mensagens provindas de um espírito.
A intuição nem sempre deve ser seguida, a não ser que o médium consiga identificar a entidade que o está intuindo.
Essa identificação, ele aprenderá a fazer no seu desenvolvimento, pois cada entidade produz uma sintonia diferente no organismo.

INCORPORAÇÃO: É o acoplamento magnético dos perispíritos do médium e do espírito comunicante. É assim que acontece em todo tipo de incorporação. Não há como ser diferente. É a mediunidade em que o médium sintoniza a vibração da entidade e essa vibração toma conta de todo o seu corpo. Toda incorporação ocorre como você está podendo observar, ou seja, é com o esforço da concentração do médium e do espírito que a rotação dos chakras de ambos atinge uma velocidade próxima, criando assim a sintonia necessária para que os pensamentos e desejos de um sejam percebidos pelo outro. Sintonia essa que é mental e pode produzir uma incorporação parcial ou uma integral.

Os chakras localizam-se em regiões que correspondem, no corpo físico, a áreas de grande concentração de feixes nervosos chamadas gânglios. Assim, as sensações que o médium tem são provenientes da excitação do sistema nervoso através da atuação nos chakras. Dessa forma, antes de a mensagem do guia sair pela boca do médium, ela passa pela mente dele. São os tais “pensamentos impostos”, aos quais você se referiu. Isso ocorre quase simultaneamente, tamanha é a rapidez desse processo.

No acoplamento magnético do espírito comunicante ao espírito do médium, ocorre a incorporação que pode ser “Consciente ou Inconsciente”. A diferença destas duas é justamente a velocidade com que os pensamentos do guia passam pela mente do médium, pois, se for muito rápido, eles podem passar despercebido e assim a pessoa diz que não lembra ter feito ou dito determinada coisa. Essa velocidade na passagem do pensamento do guia pela mente do médium é diretamente influenciada pela capacidade de sintonia entre os perispiritos.

Quanto mais próxima a rotação dos chakras do médium e do guia, maior a sintonia entre ambos e maior a velocidade e a facilidade com que os pensamentos do guia passam pela mente do médium, logo, menor é o grau de consciência do médium nessa comunicação, pois sua resistência aos pensamentos do guia é menor. Essa sintonia quase perfeita é difícil de ser conseguida pois vários são os fatores que alteram a capacidade do médium em alcançar a sintonia mais próxima da faixa vibracional do guia. Entre eles, o mais comum é o tipo de mediunidade mesmo, pois a mediunidade inconsciente é realmente muito rara.

Na “incorporação parcial (consciente)”, o médium sabe que está ali, sente, observa, mas não domina o corpo nem controla o raciocínio. Perde, também, a noção de tempo e, embora tenha sido espectador de si mesmo, perde a noção de muita coisa que se passou, ao desincorporar. Pode haver uma quebra de sintonia ocasional, o que permitirá ao médium interferir na comunicação.

Na ”incorporação integral (inconsciente)”, há no médium uma perfeita sintonia com a vibração da entidade. Nesse caso, não há possibilidade de interferência e, ao desincorporar, o médium não vai se lembrar de nada do que se passou. Queremos esclarecer que a "incorporação parcial (consciente)" é tão autentica quanto a "incorporação integral (inconsciente)". O único problema é o médium não interferir, procurando se isolar e deixar que a entidade atue livremente.

Existe também uma outra mediunidade chamada de "semi-consciente", esta como o próprio nome diz, ela é uma intermediária entre a modalidade consciente e inconsciente.
Na mediunidade “semi-consciente”, comparando com a consciente, o guia tem um maior controle sobre as necessidades fisiológicas do médium, há uma maior resistência à dor, a noção de tempo fica embotada mas o médium ainda apresenta alguma resistência aos pensamentos do guia. Podemos dizer que a esmagadora maioria dos médiuns (mais de 95%) trabalha em incorporação parcial (consciente) e uma pequeníssima minoria (menos de 5%), em incorporação integral (inconsciente).


VIDÊNCIA: É o tipo de mediunidade que permite, àquele que a possui desenvolvida, ver as entidades, as irradiações.

CLARIVIDÊNCIA: É o tipo de mediunidade que permite ver fatos que ocorrem no passado e que ocorrerão no futuro.
Os clarividentes podem ver os corpos astral e mental de outras pessoas, e tomar conhecimento da vida em outros planos espirituais. É um tipo de mediunidade difícil de ser encontrado.

AUDIÇÃO: O médium ouve uma voz clara e nítida nos seus ouvidos e dessa forma recebe as mensagens.
Na audição, devemos ter o mesmo cuidado que temos na intuição, no que diz respeito a identificação de quem está dando a mensagem.

TRANSPORTE: É a capacidade de visitar espiritualmente outros lugares, enquanto o corpo físico permanece repousando tranqüilamente; o espírito se desliga do corpo e vai para o espaço. Esse transporte pode ser voluntário ou involuntário.

No transporte voluntário, o médium se predispõe a realizá-lo. Ele se concentra e se projeta espiritualmente a outros lugares, tomando conhecimento do que vê e do que ouve.
O transporte involuntário, ocorre durante o sono. Todos nós nos desligamos do corpo físico durante o sono e entramos em contato com pessoas e lugares dos quais não nos recordamos ao acordar.

As vezes, recebemos nesses transportes soluções para os nossos problemas que, mais tarde, nos parecerão idéias próprias.

A respeito, diz um ditado popular: “Para a solução de um grande problema, nada melhor que uma boa noite de sono”.

DESDOBRAMENTO: É o afastamento do espírito com o seu perispírito do corpo, permanecendo ligados a cordões fluídicos, permitindo ao espírito tomar conhecimento de tudo que se passa com o corpo físico e, se necessário retornar instantaneamente. Podem ser classificados em:
Consciente:- Quando guarda conhecimento do processo ocorrido;
Inconsciente:- Quando ao retornar do processo nada recorda;
Voluntário:- Quando o próprio médium promove o afastamento;
Provocado:- Quando há interferência de agentes externos (encarnados e desencarnados), através de processos hipnóticos e magnéticos.

PSICOGRAFIA: Tipo de mediunidade muito comum, podendo ser intuitiva, semi-mecânica ou mecânica. É o ato de escrever um texto no exato momento em que se recebe a mensagem do espírito.
Na psicografia intuitiva, o médium recebe as mensagens na mente e as passa para o papel. É pura intuição.
Na psicografia semi-mecânica, o médium à medida que vai escrevendo, vai também tomando conhecimento do que escreve. O espírito atua, simultaneamente, na mente e na mão do médium.
Na psicografia mecânica, o espírito atua somente na mão do médium que escreve sem tomar conhecimento da mensagem recebida.
Na psicopictografia, é quando ao invés de escrever, o espírito utiliza a mão do médium para pintar.


Nota que todos esses sintomas tendem a desaparecer com a preparação espiritual e o desenvolvimento mediúnico, mas o tempo necessário ao desenvolvimento dependera muito do grau de mediunidade, do interesse e da preparação espiritual do médium.


Sintomas clássicos da mediunidade:
Suor excessivo nas mãos e axilas, principalmente nas mãos;
As mãos ficam molhadas, quase geladas;
Os pés também podem ficar gelados;
As maças do rosto muito vermelhas e quentes;
As orelhas ardem;
Dormência em alguma parte do corpo principalmente nas mãos.
Na mão a linha da vida fica vermelha quando esta em algum ambiente com muita vibração.

Depressão Psíquica:
A pessoa fica totalmente instável, passando de uma grande alegria para uma profunda tristeza sem motivo aparente. Fica melancólica e sente uma profunda solidão. É como se o mundo todo estivesse voltado contra ela.

É facilmente irritável e, nessa fase, ela vai ferir com palavras e gestos aqueles que mais gosta.

Alterações no Sono
São classificados em dois estilos:-

Insônia: à É provocada pela aceleração no cérebro devida à vibração. Os pensamentos voam de um assunto para outro, incontroláveis, e a pessoa não consegue dormir.
Sono Profundo: É devido à perda de ectoplasma, de força vital. Há um enfraquecimento geral do organismo e as vibrações da pessoa são reduzidas.


Taquicardia

Comum em algumas pessoas, há uma súbita alteração no ritmo dos batimentos cardíacos, fruto do aceleramento provocado pela vibração atuando.


Tipologia
São classificados em dois estilos:

PERDA DO EQUILÍBRIO à A perda de equilíbrio é uma sensação muito rápida. A pessoa pensa que vai cair e tenta se segurar em alguma coisa, mas a sensação termina antes que ela consiga fazer qualquer gesto. É extremamente desagradável.
SENSAÇÃO DE DESMAIO à A sensação de desmaio normalmente ocorre quando a vibração abandona a pessoa bruscamente. Ela fica muito pálida e tem que sentar para não cair. As vezes ocorre sensação de vomito ou de diarréia. Um copo de água com bastante açúcar e respiração pela narina direita normalmente bastam para contornar essa situação.


MEDOS E FOBIAS

A pessoa fica com medo de sair sozinha, de se alimentar, de tomar remédios, pois acha que tudo lhe fará mal.
As vezes tem medo de dormir sozinha ou com a luz apagada.
É muito comum, também, uma total insegurança em tudo o que vai fazer.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Porque o ÈSÙ-ELEGBA (africano) foi associado ao diabo?

Èsù é o primeiro nascido da existência e, como tal, o símbolo do elemento procriado. Mensageiro dos Orixás, elemento de ligação entre as divindades e os Homens, a um tempo mais próximo do mundo terreno e mais perto do elevadíssimo espaço celeste por onde transita Òrúnmìlà, é um orixá, é sempre a primeira divindade a receber as oferendas, justamente para que atue como um aliado e não como um rival que perturbe os procedimentos místicos desenvolvidos durante os rituais. Coerente com seu lugar místico privilegiado, é ele que abre esse "corpus mitopoético".

Princípio dinâmico e princípio da existência individualizada, Èsù não pode ser isolado ou classificado em nenhuma das categorias. Ele é como o axé (que ele representa e transporta), participa forçosamente de tudo.

Os assentamentos de Èsù encontrados na África eram considerados obscenos e imorais pelos europeus que lá chegaram. Em toda expedição que era feita à África sempre tinham padres missionários com a finalidade de catequizar e converter os pagãos africanos. E naturalmente essa catequese não permitia que continuassem a cultuar seus Orixás pagãos. (Pierre Verger - Notas sobre o culto aos Orixás e Voduns – pág. 133)

Os amigos viajantes muito falaram dessa divindade que a todos impressionava por seu aspecto erótico. Pruneau de pommegorge foi o primeiro que; tanto quanto podemos saber, descreveu um Legba. Eis como apresenta o Legba de Ouidah, onde permaneceu de 1743 a 1765.

A um quarto de légua dos fortes os dahomets ainda têm um deus Príapo, feito grosseiramente de terra, com seu principal atributo, que é enorme e exagerado em relação à proporção do restante do corpo. As mulheres, sobretudo, vão oferecer-lhes sacrifícios, de acordo com sua devoção e com o pedido que lhe farão. Esta má estátua encontra-se debaixo do forro de uma choupana que a abriga da chuva.

A representação de Èsù na África é um pênis que para o africano é o símbolo masculino da procriação, da fertilidade masculina, sem ele ninguém nasceria, o pênis é o veículo do sêmen fecundador e gerador do ser humano. É visto com naturalidade, sem malícia e sem obscenidade.

Para os africanos o pênis é representado naturalmente, uma escultura, como aquelas que se vê nos museus europeus em estátuas gregas e romanas.

Os europeus ao chegarem na África encontraram figuras com um pênis na cabeça, sem a capa de tecido da foto acima, que foi colocada para tirar a foto e para ficar mais discreto aos olhos não acostumados ou maliciosos.
Imaginem os missionários, devem ter ficado horrorizados com tanta indecência e imoralidade, logo taxaram como coisa do Diabo que os africanos nunca tinham ouvido falar.

Existem várias representações de Èsù. Eshu, Exú, Elegbara, legba são algumas formas de escrever. Segundo Pierre Verger em Notas sobre o culto aos Orixás e Voduns (pág. 119).
Èsù Elegbara e Legba na África, Èsù Elegbara dos yorùbá, Legba dos fon, encerra aspectos múltiplos e contraditórios que dificultam uma apresentação e uma definição coerentes.

A ligação de Èsù com Diabo na África, nada mais foi do que uma arma usada pelos missionários para que os pagãos se convertessem ao cristianismo e abandonassem suas crenças.

Enquanto no candomblé tradicional Èsù é cultuado como um Orixá guardião da comunidade, protetor da casa e das pessoas que lá buscam ajuda, pois não incorporam nas pessoas aleatoriamente, é um Orixá como outro qualquer, mas só vai incorporar na pessoa que for seu filho.

Cada Omo Òrìsà tem seu Èsù pessoal que é assentado juntamente com o seu Orixá por ocasião da iniciação, mas esse também não incorpora é o intermediário entre a pessoa e seu Orixá, é um protetor.

Estes Èsù não incorporam em ninguém, seus assentamentos são feitos cada um com material específico e para uma finalidade específica.

Èsù Yangi
Senhor da Laterita Vermelha
Èsù Agba
Senhor Ancestral
Èsù Igba Keta
Senhor da Terceira Cabaça
Èsù Okoto
Senhor do Caracol
Èsù Oba Bàbá ÈsùRei e Pai de todos os Èsùs
Èsù Odara
Senhor da Felicidade
Èsù Osije
Mensageiro Divino
Èsù Eleru
Senhor da Obrigação Ritual
Èsù Enu GbarijoSenhor da Boca Coletiva
Èsù Elegbara
Senhor do Poder Mágico
Èsù Bara
Senhor do Corpo
Èsù Lònán
Senhor dos Caminhos
Èsù Olobe
Senhor da Faca
Èsù Elebo
Senhor das Oferendas
Èsù Àláfia
Senhor da Satisfação Pessoal
Èsù Oduso
Vigia dos Odus


Muitos espíritos de Umbanda, Quimbanda, adotaram o nome de Exú para se identificarem, e incorporam em médiuns desenvolvidos, são comparados ao Diabo através de imagens de gesso em formato de capeta com chifre e rabo, são pintadas de vermelho e muitos usam capas pretas
Os falangeiros (Guias representantes) de Exu trazem na frente de seus nomes o próprio nome do Orixá: Exu ou Pomba-gira (que tem como origem na Angola - bombogira, que é a representação de Exu em forma feminina).
São exemplos de alguns falangeiros (Guias representantes) de Exu na Umbanda:
Exu das Sete Encruzilhadas, Exu Pé de Ferro, Exu Veludo, Exu Marabô, ... (Exus Masculinos); Pomba-gira Maria Padilha, Maria Molambo, Maria Quitéria, ... (Exus Femininos).
As vezes, pelos fato dos falangeiros (Guias representantes) de Exu utilizarem o seu nome do Orixá, Exu, na frente de seus nomes, pode causar alguma confusão entre os praticantes da Umbanda, pois confundem o guia com o Orixá. Isso já não acontece no Candomblé, pois não existe o trabalho de Guias representantes, só do Orixá e suas qualidades (dijinas).
No sincretismo Judaico-Cristão Exu foi associado a imagem de Santo Antônio, mas pejorativamente, por suas características e cores, foi associado também ao Diabo, a Satanás. Essa é uma associação que é, além de injusta, é ignorante, pois Exu é o próprio sentido da vida, da criação, do amor, do bem viver.

Temos que considerar também que a Coroa Portuguesa criou uma lei que, no seu primeiro artigo, determinava que todos deveriam ser batizados na religião católica. Essa legislação atendia, acima de tudo, às relações entre o governo português e a igreja católica, e à teologização da igreja católica a respeito da África, dos africanos e da escravidão.

O Padre Antônio Vieira em seus Sermões (XI e XXVIII), afirma que a África é o inferno onde Deus se digna a retirar os condenados, pelo purgatório da escravidão nas Américas.

Recentemente assisti o filme “A Dança das Cabaças”, um fantástico documentário sobre este preconceito,que esta disponivel no blog original Danças das Cabaças http://dancadascabacas.blogspot.com/

terça-feira, 22 de junho de 2010

O caroço de Dendê

Quando o mundo foi criado, o caroço de dendezeiro teve uma grande responsabilidade dada pôr Olorum, a de guardar dentro dele todos os segredos do mundo.

No mundo Yorubá, guardar segredos é o maior Dom que Olorum pode dar a um ser humano. É pôr isso que todo caroço de dendê que tem quatro furinhos é o que temtodo o poder. Através de cada furo, ele vê os quatro cantos do mundo para ver como vão as coisas e comunicar a Olorum.

E mais ninguém pode saber desses segredos, para não haver discórdia e desarmonia. É pôr meio dessa fórmula que o mundo tem seus momentos de paz. Existe também o caroço de dendê que tem três furos, mas a esse não foi dada a responsabilidade de guardar os segredos.

Existe uma lenda que diz que Exu, com raiva desta condição que Olorum deu ao coco dendezeiro de quatro furos, quis criar o mesmo poder de ver tudo à sua moda, com brigas e discórdias. Ele chamou o coco de dendê de três furos e disse.
- Olhe, de hoje em diante, eu quero que você me conte tudo o que vê. Aí o dendê lhe respondeu: - Como? Se eu só tenho três olhos e não quatro, como meu irmão, a quem Olorum deu este poder?
- Ousas me desobedecer a dendê?
– disse Exu aborrecido.
- Sim! Tu não és mais do que aquele que é responsável pela minha existência e atua – respondeu o coco de dendê.
Dizendo isto, sumiu. E Exu, desta vez, não foi feliz na sua trama. .

Itan de Ogun

"OGUM MATA SEUS SÚDITOS E É TRANSFORMADO EM ORIXÁ"

Ogum, filho de odudua, sempre guerreava, trazendo o fruto da vitória para o reino de seu pai.Amante da liberdade e das aventuras amorosas, foi com umamulher chamada Ojá que Ogum teve o filho Oxóssi.Depois amou Oiá, Oxum e Obá, as três mulheres de seumaior rival, Xangô.

Ogum seguiu lutando e tomou para si a coroa de Irê, que naépoca era composto de sete aldeias.Era conhecido como o Onirê, o rei de Irê, deixando depoiso trono para seu próprio filho.

Ogum era o rei de Irê, Oni Irê, Ogum Onirê.Ogum usava a coroa sem franjas chamada " acorô ".Por isso também era chamado de Ogum Alacorô.Conta-se que, tendo partido para a guerra, Ogum retornoua Irê depois de muito tempo. Chegou num dia em quese realizava um ritual sagrado.

A cerimônia exigia a guarda total do silêncio.Ninguém podia falar com ninguém.Ninguém podia dirigir o olhar para ninguém.

Ogum sentia sede e fome, mas ninguém falava com ele.Ninguém o ouvia, ninguém o entendia.Ogum pensou que não havia sido reconhecido.Ogum sentiu-se desprezado. Depois de ter vencido aguerra, sua cidade não o recebia.Ele, o rei de Irê.

Não reconhecido pela sua própria gente !!Humilhado e enfurecido, Ogum, espada em punho,Pôs-se a destruir a tudo e a todos.Cortou a cabeça de seus súditos.

Ogum lavou-se com sangue.Ogum estava vingado.

Então a cerimônia religiosa terminou e com ela aImposição de silêncio foi suspensa.Imediatamente, o filho de Ogum, acompanhadopor um grupo de súditos, ilustres homens salvosda matança, veio à procura do pai.

Eles renderam as homenagens devidas ao rei e aoGrande guerreiro Ogum.Saciaram sua fome e sede.Vestiram Ogum com roupas novas, cantaram edançaram para ele.Mas Ogum estava inconsolável.

Havia matado quase todos os habitantes da sua cidade.Não se dera conta das regras de uma cerimônia tãoimportante para todo o reino.Ogum sentia que já não podia ser o rei.

Ogum estava arrependido da sua intolerância, envergonhado por tamanha precipitação.Ogum fustigou-se dia e noite em autopunição.

Não tinha medida seu tormento,nem havia possibilidadede autocompaixão.Ogum então enfiou sua espada no chão e num átimo de segundo a terra se abriu e ele foi tragado solo abaixo.

Ogum estava no Orun, o Céu dos Deuses.Não era mais humano.
Tornara-se um Orixá.

===============MITOLOGIA DOS ORIXÁS - Reginaldo Prandi
Companhia Das Letras - 2001P
esquisa do autor.:Pierre Verger,1957,p 142 - 1999,p 152]
Ulli Beier,1980,pp.34-5;verger 1980,p.286;Veger 1981(b)
Pp 23-4;Verger 1985,p.15===============

Os Caminhos de Ifá

Ifá é o sistema através do qual se processa a consulta oracular, popularmente tratada por adivinhação.O oráculo baseia-se nos dezesseis principais Odù (caminhos), através dos quais Orunmila relata histórias e lendas cujos personagens normalmente enfrentam situações similares aquelas expostas pelo consulente. Mas a escolha da história a ser narrada compete à Divindade.Os dezesseis Odù relacionam-se com si próprios (16 x 16), perfazendo um total de 256 caminhos ou diferentes possibilidades de destino, tratados por Esè.
No momento da consulta, Orunmila envia o Odù que será suficiente para orientar as dúvidas do consulente e esclarece de que forma tal caminho (positiva ou negativa) está influenciando a vida da pessoa. O Sacerdote interpreta a fala da Divindade, estabelece os pontos principais que devam ser modificados para restabelecer a tranquilidade ou o bem estar físico,financeiro, sentimental etc. A partir daí resta definir quais oferendas votivas (Ebò) devem ser realizadas para possibilitar a consecução do prognóstico, bem como aconselhar a respeito de atitudes ou comportamentos que facilitem o resultado pretendido.
Assim, por exemplo, quando um indivíduo queixa-se de não conseguiremprego, mas insiste em continuar numa área onde o mercado de trabalho estácompletamente saturado, Orunmila pode esclarecer as suas dificuldades,recomendar os Ebò necessários e aconselhá-lo a tentar outra profissão para aqual tenha aptidão, ou simplesmente deslocar-se para outra região onde sejamais simples conseguir ocupação. Em outras palavras, o Céu sempre ajuda, mas a pessoa deve também fazer a sua parte.

Os Odù de Ifá são completos e absolutos; cada um deles possui umlado claro e outro escuro, ou seja, um lado positivo e outro negativo, o Inge o Iang, o masculino e o feminino e assim por diante, a feição de tudo o mais no Universo.Não existe Odú melhor que outro; dependendo das circunstâncias, o melhor deles transforma-se no pior, e vice-versa..
A participação fundamental do Òrìsà Esù
Esù Ojisebo
A interpretação das falas do Oráculo é feita pelo Sacerdote preparado para essa finalidade e ocorre através do auxílio poderoso do Òrìsà Esù, o grande mensageiro e intermediário entre os seres humanos e as Potências Divinas.
Esù é quem movimenta as peças do jogo (búzios) para formar as configurações que serão interpretadas pelo Sacerdote. Sem a participação dessa Divindade, as respostas seriamtotalmente ininteligíveis para os seres humanos.
É ele que acompanha atentamente as atitudes e palavras tanto do sacerdote quanto do consulente, principalmente quanto à sinceridade de cada um no momento da consulta.
Da mesma forma é quem fiscaliza todo os procedimentos rituais, desde a consulta oracular até a elaboração das oferendas votivas determinadas. Após isso, ainda é Òrìsà Esù que transporta as oferendas para o mundo espiritual (Òrún) e, se forem aceitas, traz de volta a resposta Divina, na forma da benção solicitada. Torna-se então essa Divindade o grande aliado da Homem na realização do próprio destino.
Os Dezesseis Odùs de Ifà
01 Èjì Méjì / Ogbè Méjì
02 Òyèkú Méjì
03 Ìwòrì Méjì
04 Òdí Méjì
05 Ìrosùn Méjì
06 Òwónrín Méjì
07 Òbàrà Méjì
08 Òkànràn Méjì
09 Ògúndá Méjì
10 Òsá Méjì
11 Ìká Méjì
12 Òtúrúpòn Méjì
13 Òtúrá Méjì
14 Ìretè Méjì
15 Òsé Méjì
16 Òfún Méjì

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Axé, efun e waji

Para os Yorubás, o asé, ou mais popularmente conhecido como axé, que é a força vital.
Segundo Maupoil (citado por E. dos Santos, 1986) axé é a força invisível, a força mágico-sagrada de toda divindade, de todo ser animado, de toda coisa. Não aparece espontaneamente, precisa ser transmitida.

Qualquer chance de realização na existência depende do axé que, enquanto força, obedece a algumas leis:
1. é absorvível, desgastável, elaborável e acumulável;
2. é transmissível através de certos elementos materiais, de certas substâncias;
3. uma vez transferido por essas substâncias a seres e objetos, neles mantém e renova o poder de realização;
4. pode ser aplicado a diversas finalidades;
5. sua qualidade varia segundo a combinação de elementos que o constituem e que são, por sua vez, portadores de uma determinada carga, de uma particular energia e de um particular poder de realização. O axé dos Orixás, por exemplo, é realimentado através de oferendas e de ação ritual, transmitido por intermédio da iniciação e ativado pela conduta individual e ritual;
6. pode diminuir ou aumentar.

O axé encontra-se numa grande variedade de elementos do reino animal, vegetal e mineral.
Encontra-se em elementos da água, doce e salgada e da terra. Acha-se contido nas substâncias essenciais de seres, animados ou não.

Elbein dos Santos (1986) apresenta uma classificação do axé em categorias: sangue vermelho, sangue branco e sangue preto. O sangue vermelho, no reino animal compreende o sangue propriamente dito, animal e humano, aí incluído o fluxo menstrual; no reino vegetal, inclui o epo, azeite de dendê, o osun, pó vermelho extraído de pterocarpus erinacesses e o mel, sangue das flores. O sangue branco, inclue: no reino animal, o hálito, o plasma, o sêmen, a saliva, o suor e outras secreções; no reino vegetal, a seiva, o sumo, o álcool e as bebidas brancas extraídas de palmeiras e de alguns vegetais, o ori, manteiga vegetal e oiyerosun, pó esbranquiçado extraído do irosun; no reino mineral, os sais, o giz, a prata, o chumbo, etc.

O sangue preto compreende, no reino animal, as cinzas de animais; no vegetal, o sumo escuro de certas plantas, o ilu, índigo extraído de diferentes tipos de árvores, pó azul escuro chamado wáji; no reino mineral, o carvão, ferro, etc.

Para poder atuar, o axé deve ser transmitido através de uma combinação particular que contém representações materiais e simbólicas do branco, do vermelho e do preto, do aiye e do orun, competindo ao oráculo a definição da composição necessária do axé a ser implantado ou restituído.

O sangue - animal, vegetal ou mineral - é substância indispensável para a restauração da força.
Todo ritual, seja uma oferenda, um processo iniciático ou uma consagração, realiza implante da força ou revitalização.
O que vive,
para poder realizar-se ou realizar,
precisa de axé e,
não sendo a fonte inesgotável,
a reposição se faz necessária
e é obtida através da prática ritual
que reatualiza a força do tempo primordial,
o tempo da criação!

A importância da regularidade dos ritos reside no fato de que a presença das entidades sobrenaturais é favorecida pela atividade ritual, ocasião privilegiada da transferência e redistribuição do axé. Este, oriundo das mãos e do hálito dos mais antigos, na relação interpessoal, é recebido através do corpo e atinge níveis profundos, incluídos os da personalidade, através do sangue mineral, vegetal e animal das oferendas.

Primeiramente, gostaria de citar que existem diferenças entre efun e pemba, osùn e urucum, wàji e anil, estes primeiros facilmente importados do continente Africano, não havendo a necessidade de substituí-los.

Efun é um nome jeje-nago dado a vários tipos de pó, utilizados nos rituais afro brasileiro. É muito mais conhecido pelos leigos e na Umbanda como pemba, nomeclatura utilizada pela nação angola.
No Afro-brasileiro utilizamos somente três pinturas durante a cerimônia do EFUN AGBÉ: efun - (um tipo de argila branca), osùn – um tipo de pó vermelho, obtido da árvore Baphia nitida e Peterocarpus osun ambas Leguminosae Papilionoideae e o wáji – um tipo de pó azul, obtido da árvore Indigofera sp. Leguminosae Papilionoideae.

Cada uma destas cores estão relacionadas com determinados Odus e existem vários significados para as pinturas, poderei citar as três principais a saber: As três representam as três passagens do dia, o amanhecer (efun) o crepusculo (osùn) e o anoitecer (wàji). Essas pinturas também representam uma forma de proteção contra as forças maléficas das três principais Iyami Àjé (as feiticeiras) impedindo-as que pousem sobre as pessoas e uma das principais caracteristicas destas pinturas, tem como objetivo vincular todo o àse transmitido ao noviço durante os ritos da iniciação.

O wáji é um elemento muito importante no culto aos Orixás, uma vez que, junto com outros elementos, ajuda a proteger a cabeça dos nossos iyawos contra as Ajé. Segunda a crença africana essas pinturas impediriam que eleyé (ave ligada as Iyami) pousasse no ori das neoiniciadas, pois caso isso ocorresse seria um desastre para vida dessa pessoa.

O wáji representa a cor dundun (preta), o sangue azul que vem das folhas. Existem diversas espécies que podem ser utilizadas para a produção de corantes azuis como a Isatis tinctoria , Indigofera tinctoria e o Lonchucarpus cyanescens. Segundo alguns relatos, as duas primeiras não seriam utilizadas para a produção do wáji tradicional, sendo apenas usadas para a confecção do anil (usado para tingir jeans, por exemplo). O verdadeiro wáji seria, portanto, retirado do processo de fermentação das folhas do Lonchucarpus sp. que é conhecido pelo nome de índigo africano ou índigo Yorubá.

O processo de fabricação desse corante era complexo e exigia grande perícia, sendo cercado de prescrições e proibições rituais. Era tão importante que os tinteiros Yorubás cultuavam até uma divindade específica para essa finalidade, Iyá Mapo. O pano tingido de índigo significava riqueza, abundância e fertilidade.

terça-feira, 6 de abril de 2010

O Terceiro Setor


O termo ONG, ou seja, Organização não Governamental, Terceiro Setor (do inglês Third Sector) ou Setor sem fins Lucrativos (Nonprofit Sector), refere-se de modo genérico a toda organização que não possuem objetivo econômico.

A economia é separada em quatro setores:
- 1° Setor da economia é o Estado regulamentado pela Constituição da República Federativa do Brasil, Lei de Responsabilidade Fiscal, PPA - Plano Plurianual, LOA - Lei Orçamentária Anual e LDO - Lei de Diretrizes Orçamentárias entre outros;
- 2° Setor da economia é a Iniciativa Privada regulamentada pela Constituição da República Federativa do Brasil, Código Civil e Leis Ordinárias;
- 3° Setor da economia são as instituições sem fins lucrativos.regulamentada Constituição da República Federativa do Brasil, Código Civil e Leis próprias de sua regulamentação;

- 4 ° Setor da economia, sem regulamentação pois é o crime organizado.

Foi utilizado pela primeira vez pelo Conselho Econômico e Social (ECOSOC) das Nações Unidas em 1950. No Brasil, começou a ser utilizada na metade da década de 80, referindo-se exclusivamente às organizações que realizavam projetos junto aos movimentos populares, normalmente na promoção social.

Normalmente as ONGs são grupos sociais organizados que:
- Possuem uma função social e política em sua comunidade ou sociedade;
- Possuem uma estrutura formal e legal;
- Estão relacionadas e ligadas à sociedade ou comunidade através de atos de solidariedade;
- Não objetivos sobre lucros;
- Possuem considerável autonomia.

Opiniões erradas sobre o Terceiro Setor:
- Informalidade;
- Achar que fazendo o bem e que não há necessidade de cumprir “ BUROCRACIAS “;
- Acreditar que todo mundo é bom, portanto não há necessidade de “ formalismos “;
- Obra Social “ não paga impostos e taxas “;
- Obra Social “ não paga Quota Patronal “;
- Qualquer papel serve pois meu convênio aceitou documento.


Não existe um tipo de ONG que seja mais abrangente no campo social ou político do que outras. Todas, das pequenas e locais até as grandes e internacionais, desempenham um papel sócio-político importante.

Tentar adjetivar ONGs, por suas ações específicas, como do tipo de esquerda ou de direita, de combate ou assessoria, técnicas ou de militância é uma maneira equivocada de conceituar o papel político de uma ONG. Seria desviar a atenção da opinião pública sobre as funções de uma ONG, para rótulos que dividem, não somam.

Isto porque se ela existe, atuante e presente, em um campo de ação social específico, é lógico supor que ela atende interesses de um grupo sócio-cultural, dentro de uma faixa do espectro político existente. Aí repousa sua legitimidade.


Conforme Peter F. Drucker: “Todas as instituições ‘sem fins lucrativos’ têm algo em comum: são agentes de mudança humana. Seu ‘produto” é um paciente curado, uma criança que aprende, um jovem que se transforma em um adulto com respeito próprio; isto é, toda uma vida transformada.”

Em contrapartida, as redes de solidariedade e de interesses imediatos podem não ser as mesmas para todas as ONGs, isto determina a diversidade do campo de ação política de cada uma delas.
Para o caso específico deste manual, em resumo, podemos considerar que as "ONGs são instituições privadas, com fins públicos", como sinteticamente expõe o antropólogo Rubem Cesar Fernandes.

Em outras palavras, ONG são "grupos de pressão que buscam por um lado influenciar e democratizar políticas públicas governamentais para que essas supram da maneira mais extensa possível às necessidades da sociedade e de condições de vida iguais e justas no mundo todo e, por outro, movimentar a sociedade em que estão inseridas, utilizando-se de suas relações de solidariedade, na busca dessa democratização e influência política" (Menescal, in Gonçalves).

Os números sobre o Terceiro Setor no Brasil demonstram claramente que existe uma ampla possibilidade de expansão com uma maior participação do PIB.

O Terceiro Setor apresenta a possibilidade de atuação permanente fora da “maquina do estado”, para que as condições de vida da população excluída possam melhorar. O ativismo político poderá ser acompanhado de ações concretas de intervenção na transformação das pessoas e da sociedade.

A possibilidade de ser um setor gerador de empregos, tendo em vista, o processo de exclusão social que se intensificou no Brasil. O 3º Setor por natureza, trabalha com a prestação de serviços sociais que não podem ser substituídos no seu atendimento por máquinas.

No Brasil as Empresas Sem Fins Lucrativas possuem as seguintes categorias:
- Associações: são organizações baseadas em contratos estabelecidos livremente entre os indivíduos para exercerem atividades comuns ou defenderem interesses em comuns ou mútuos;
- Organizações Filantrópicas, Beneficentes e de Caridade: são organizações voltadas para seus clientes na promoção de assistência social e de serviços sociais nas áreas de saúde e educação;
- Organizações Não Governamentais: como nas associações estas organizações são comprometidas com a sociedade civil, movimentos sociais e transformação social;
- Fundações Privadas: são uma categoria de conotação essencialmente legal. A criação de uma fundação se dá, segundo o CCB, pelo instituidor, que através de uma escritura ou testamento, destina bens livres, especificando o fim a ser alcançado;
- Organizações Sociais: organização pública não estatal destinado a absorver atividades publicizáveis (áreas de educação, saúde, cultura, meio ambiente e pesquisa científica) mediante qualificação específica.

As empresas brasileiras estão seguindo uma tendência internacional e deixando de praticar somente filantropia de caráter provisório para atuar em ações sociais de longo prazo. Pesquisas mostram que atualmente 59% das empresas no Brasil possuem alguma atividade social.

Nestas atividades encontramos doações e estímulo para que seus funcionários sejam voluntários. Muitas destas empresas além de sua consciência social também passaram a ter uma preferência pelo consumidor.

Há muita expectativa da ampliação da base de atuação política, mobilizando assim em torno de temas mais amplos que irão contribuir para a criação de uma democracia econômica.

domingo, 21 de março de 2010

Prece aos Orixás

Que a irreverência e o desprendimento de Exu me animem a não encarar as coisas da forma como elas parecem à primeira vista, e sim que eu aprenda que tudo na vida, por pior que seja, terá sempre o seu lado bom e proveitoso! Laroyê Exu!
Que a tenacidade de Ogum me inspire a viver com determinação, sem que eu me intimide com pedras, espinhos e trevas. Sua espada e sua lança desobstruam meu caminho e seu escudo me defenda. Ogun Yê!
Que o labor de Oxossi me estimule a conquistar sucesso e fartura às custas de meu próprio esforço. Sias flechas caiam à minha frente, às minhas coisas, às minha esquerda, à minha direita, cercando-me para que nenhum mal me atinja. Okê Ode!
Que as folhas de Ossanhe forneçam o bálsamo revitalizante que restaure minhas energias, mantendo minha mente sã e corpo são. Ewe Ossanhe!
Que Oxum me dê a serenidade para agir de forma consciente e equilibrada. Tal como suas águas doces, que seguem desbravando no curso de um rio, entrecortando pedras e se precipitando numa cachoeira, sem parar nem ter como voltar atrás, apenas seguindo para encontrar o mar. Assim seja que eu possa lutar por um objetivo sem arrependimentos. Ora YeYeo Oxun!
Que o arco-íris de Oxumaré transporte para o infinito minhas orações, sonhos e anseios, e que me traga as respostas divinas, de acordo com meu merecimento. Arroboboi Oxumaré!
Que os raios de Yansã ilumimem meu caminho e o turbilhão de seus ventos leve para longe aqueles que de mim se aproximam com o intuito de se aproveitarem de minhas fraquezas. Epa Hey Yansã!
Que as pedreiras de Xangô sejam a consolidação da Lei Divina em meu coração, seu machado pese sobre minha cabeça agindo na consciência e sua balança me incuta o bom senso. Kâo Kabecilie!
Que as ondas de Yemanjá me descarreguem, levando para as profundezas do mar sagrado as aflições do dia-a-dia. Dando-me a oportunidade de sepultar definitivamente aquilo que me causa dor e que seu seio materno me acolha e me console. Odoyá Yemanjá!
Que as cabaças de Obaluayê tragam não só a cura de minhas mazelas corporais, como também ajudem meu espírito a se despojar das vicissitudes. Atotô Obaluayê
Que a sabedoria de Nana me dê uma outra perspectiva de vida, mostrando que cada nova existência que tenho, seja aqui na Terra ou em outros mundos, gere a bagagem que me dá meios para atingir a evolução, e não uma forma de punição sem fim como julgam os insensatos. Saluba Nanã!
Que a vitalida dos Ibejis me estimule a enfrentar os dissabores como aprendizado, que eu não perca a pureza mesmo que, ao meu redor, a tentação me envolva. Que a inocência não signifique fraqueza, mas sim refinamento moral. Oni Ibekada!
Que a Paz de Oxalá renove minhas esperanças de que, depois de erros e acertos, tristezas e alegrias, derrotas e vitórias, chegarei ao meu objetivo mais nobre, aos pés de Zambi. Zambi Pae!

Preces Umbandistas

Pai Nosso
Pai nosso que estais nos céus, nos mares, nas matas e em todo mundo habitado. Santificado seja o vosso nome, pelos teus filhos, pela natureza, pelas águas pela luz e pelo ar que respiramos, Que o teu reino, o reino do Bem do Amor e da Fraternidade, nos una a todos e a tudo o que criaste em torno da sagrada cruz aos pés do divino Salvador e Redentor, Que a tua vontade nos conduza sempre para o culto do Amor e da Caridade, Dai-nos hoje e sempre, o pão do corpo, o fruto das matas e a água das fontes para nosso sustento material e espiritual, Perdoa, se merecemos, as nossas faltas e dai-nos o sublime sentimento do perdão para os que nos ofendam. Não nos deixes sucumbir ante a luta, dissabores e ingratidões tentações dos maus espíritos e ilusões pecaminosas da matéria Envia Pai, um raio da tua divina complacência luz e misericórdia para os teus filhos pecadores que aqui labutam pelo Bem da Humanidade, Assim seja, Saravá Umbanda.
Credo
Creio em OLORUN, Onipresente e Supremo;
Creio nos Orixás e nos espíritos Divinos que nos trouxeram para a Vida, por vontade do majestoso Pai.
Creio nas Falanges Espirituais, que orientam os Homens na vida Térrea;
Creio na Lei da Reencarnação e na Justiça Divina, segundo a Lei do Carma;
Creio na comunicação dos Guias Astrais, encaminhando-nos para a Caridade e a prática do bem;
Creio na Invocação, na Prece e na Umbanda, como atos de fé e creio na Umbanda, como religião redentora, capaz de nos levar pelo caminho da Evolução até nosso pai OLORUN.
Glória a OLORUN!

quarta-feira, 10 de março de 2010

Preçe ao Caboclo 7 Flechas

Salve zambi, pai e criador de todo o universo !
Salve oxóssi, rei da mata e chefe de todos os caboclos !
Salve seu sete flechas e sua falange guerreira!Sete flechas, baixai sobre nós um jato da vossa divina luz, iluminando os nossos espíritos para que possamosentrar em comunicação com esta centelha de luz divinaque emana das vossas sagradas flechas,defendendo e amparando-nos neste mundo terreno.
Salve as sete flechas que vos foram dadas espiritualmente, paradefender-nos de todas as provas que não nos vêm de zambi.Bendito seja oxóssi que vos o colocou sobre o vosso braço direito a flecha da saúde para que derrame sobre nósos bálsamos curadores;
Bendito seja ogum, que colocou sobre vosso braço esquerdoa flecha da defesa para que sejamos defendidosde todas as maldade materiais e espirituais;bendito seja Xangô que vos cruzou uma flecha em vosso peito paradefender-nos das injustiças da humanidade;
Bendita seja a grande mãe Yemanjá que colocou uma flecha em vossas costaspara defender-nos das traições de nossos inimigos.
Bendito seja Oxalá que vos colocou uma flecha sobre vossa pernadireita para cobrir os nossos caminhos materiais e a senda da espiritualidade.Bendita sejam as santas almas que vos botaram uma flecha sobre vossa perna esquerda,para lavar os nossos caminhos,iluminando os nossos espíritos e defendendo-nosde todas as forças contrárias à vontade de Deus.
Bendito sejam os Ibejis que entregaram em vossas sagradas mãosa flecha do astral superior,para dar à humanidade a divina força da fé e da verdade.
Zambi foi quem ordenou, os Orixás as flechas vos entregou.
Com as forças das sete flechas, seu Sete Flechas me abençoou.

Culto a Orixás

Outro dia fui questionado por uma pessoa sobre quais Orixás cabem na Umbanda e que era necessário um denominador comum, o que a principio me pareceu inocência ou discriminação.

Percebi que da mesma forma vejo que o pantaleão africano incomoda muita gente e é fácil perceber isto pois dede o I Congresso Umbandista em 1941 o tema central foi a “purificação da religião”, por eliminação de elementos africanos. Nos ensinamentos que repasso aos médiuns do Templo e Escola de Umbanda Luz da Aruanda – Teu Lar, temos a visão que tudo faz parte de um processo evolutivo e se estamos falando de Orixá, estamos falando da África. Existe a historia do negro sem o Brasil, mas não há história do Brasil sem o negro, e podemos ter a mesma constatação quando falamos do culto de Nação e a Umbanda, por mais que queiramos deixá-la “pura” pois usamos a referência Orixá/Energia da Natureza e assim tudo que faz parte da Gênese Yoruba cabe de alguma forma dentro da Umbanda.

Uma prova disto é quando entramos em vários templos umbandista, inclusive o Teu Lar, onde não vemos elementos africanos ou culto a Òrìsà e não podem ser classificados por exemplo como Umbanda trançada ou Omolokô, mas sim um respeito a ancestralidade e a força da natureza.

Acreditamos que algumas visões distorcidas pelas pessoas e não pela visão Yorubá, além de toda a discriminação ocorrida por estes cultos tenham atrapalhado no entendimento da sociedade.

Neste ponto a Umbanda tem evoluído de forma fantástica, afinal é difícil para qualquer pessoas desejar ser descendente, iniciado e/ou consagração para um Orixás com as inúmeras “estórias” que degradam nossa crença, como por exemplo a difamação feita à aguerrida Yansã, quando a retratam como mulher mundana que viveu trocando de parceiros, ou a Obá que teria cortado a própria orelha esquerda para fazer uma sopa e oferta-la a Xangô.

A diversidade e as ramificações nos tornam numa religião sem clero-estruturado, mas isto não quer dizer que temos que ser desorganizados e sem representações, ou mesmo que não devemos divulgar a nossa doutrina em livros, internet e etc. É certo que sempre haverá debate sobre este material e isto correrá pois os autores sempre preservarão os “mistérios” e “segredos” que aprenderam.

Uma das maiores belezas que temos é a possibilidade de vermos a Umbanda por vários pontos de vista e assim satisfazermos as pessoas conformes a sua necessidade.

Independente da liturgia, os princípios que norteiam a Umbanda, como a caridade, estão presentes em todas as linhas, e este deve ser o norte seguido por nós.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Banhos Ritualísticos

Os banhos ritualísticos fazem parte da evolução humana, como no principio religião, ciência e filosofia possuíam a mesma espinha dorsal, é difícil dizer quando e onde surgiram os banhos ritualísticos. Podemos considerar que o banho é a renovação do corpo e da alma, pois quando o corpo se sente bem e se acha refeito do cansaço, a alma fica também apta a vibrar harmoniosamente. Em todas as religiões existem os seus banhos sagrados, podemos usar como exemplo o batismo nas águas ministrado por São João Batista, no Rio Jordão, era um banho sagrado, pois o batismo nas águas senão o banho mais natural (e porque não o primeiro banho purificador do ser humano nos dias de hoje, afinal, se batizam crianças ainda pequenos) que conhecemos, purificador do espírito, mente e do corpo.

Para nós umbandistas o conceito é muito parecido, mas utilizamos a nosso favor os conhecimentos científicos disponíveis. Só para termos uma idéia rápida do que se esta se falando, hoje é notório o conhecimento de que o corpo humano possui chacras, eixo energo magnético, pólos positivos e negativos e rotação magnética, etc. Além disso, existem os simbolismos utilizados, que no seu conteúdo também estão ligados a ciência, mas em muitos casos ainda não estudados pela mesma.

A água é o principal elemento destes simbolismos quando o assunto é banho, considerado a oferenda que deve ser dada a todos e quaisquer Orixá, pois ela representa a água sêmen, e é a água contida no sangue branco feminino, ou seja, ela fecunda fertiliza, procria. Além de ser apaziguador, trazendo tranqüilidade e torna as coisas possíveis. A erva é outro elemento indispensável, o motivo de sua utilização possui tantas variáveis, podemos citar algumas para melhor compreensão:
· A química da sua composição;
· A aura da planta;
· Sua memória;
· Momento da colheita;
· O Orixá regente;
· Solar ou lunar;
· Quente ou fria;
· Masculina ou feminina.

Estes elementos são determinantes na hora da composição dos banhos, pois normalmente são utilizadas mais de um tipo de erva.

A Umbanda possui 4 tipos de banhos:
· Banhos de Descarrego
Estes banhos servem para livrar o indivíduo de cargas energéticas negativas. O tempo todo passamos por ambientes formados por pensamentos, ações, que vão criando larvas astrais, miasmas e todo a sorte de vírus espirituais que vão se aderindo ao aura das pessoas. Provavelmente o banho de descarrego mais conhecido é o de sal grosso, devido à eficiência comprovada e a sua simplicidade no preparo. O sal grosso é o excelente condutor elétrico e “absorve” muito bem os átomos eletricamente carregados de carga negativa, que chamamos de íons. Como, em tudo há a sua contraparte etérica, a função do sal é também tirar energias negativas aderidas na aura de uma pessoa. Então este banho é eficiente neste aspecto, já que a água em união como o sal, “lava” toda a aura, desmagnetizando-o negativamente. Os banhos de descarrego que utilizam ervas tem o seu efeito mais prolongado que os de sal grosso.
· Banhos de Defesa
Estes banhos estão envolvidos com a manutenção dos chacras e a sua proteção em alguns rituais.
· Banhos de Energização
Estes banhos promovem o restabelecimento do equilíbrio energético, reativando o chacras e o teor positivo da aura.
· Banhos de Fixação
Estes banhos são usados para trabalhos ritualísticos e fechados ao público, onde se prestará a trabalhos de iniciação ou consagração. São realizados apenas por quem é médium, onde tomará contato mais direto com as entidades elevadas. Este banho “abre” todos os chacras e a percepção mediúnica fica aguçadíssima.
Além dos banhos preparados (que somente alguns podem lavar a cabeça), os banhos em pontos sagrados (mar, cachoeira, etc), não há está preocupação, pois a energia abundante do local permite uma limpeza completa em todos os pontos de energia em nosso corpo, conforme o Orixá regente no local.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

A Importância do Detalhe II

Em junho de 2009, o lutador de jiu jitsu Roger Gracie se tornou pentacampeão na categoria absoluto (a mais disputada) com o golpe “estrangulamento na montada”.

O fato surpreendente é que o “estrangulamento na montada” é uns dos primeiros golpes que se aprender no jiu jitsu, e um dos questionamentos que surgiram depois desta proeza com certeza é como é possível este feito e afinal qual é a diferença entre um iniciante e um faixa preta.

Roger Gracie é considerado um dos prodígios da atualidade no esporte e conforme a sua própria avaliação o seu segredo esta focado no detalhe.

Como sou praticante deste esporte entendo plenamente o que ele quer dizer, pois por volta de 80% de um combate o lutador esta buscando achar uma posição de ataque e ao mesmo tempo defendendo-se. Mas quando se alcança uma posição de ataque o maior esforço que são os 20% restante serão mais complicados pois é muito difícil ajustar o golpe. Motivo... o detalhe.

A diferença entro um iniciante e um mestre não esta relacionada a quantidade de golpes que o mestre sabe, mas a quantidade de vezes que ele repetiu perfeitamente o movimento, preocupando-se além da velocidade e força com os detalhes do golpe.

A CNN fez um estudo a alguns meses atrás e o resultado foi que nestas condições um praticante tinha a percepção tão aguçada que em algum momento parecia prevê o golpe do oponente.

Nestes meus incontáveis dias dentro da Umbanda vejo a mesma situação, inúmeros médiuns quando iniciam na incorporação ou em outra atividade colocam-se como os mais preparados e sem necessidade de desenvolvimento, ou desenvolvem-se sem se preocupar com os inúmeros detalhes do rito.

Da mesma força que uma arte marcial mexe com a auto estima de um praticante, participar de uma atividade magistica também o faz, o resultado para quem não esta com a mente e o corpo preparado nas duas situações, o fracasso.

Por isto sou favorável ao desenvolvimento aos moldes training for warriors, ou treino de alto impacto criado pelo preparador físico de atletas Martin Roodey, o conceito básico do meu conceito de desenvolvimento e do Martin é que se o treino for forte e simular todas as situações, o “combate” será mais fácil.

Desenvolver o espiritual é muito mais do que apenas ser um aparelho de incorporação, é preparar o corpo e a mente para as inúmeras situações que virão. Os médiuns semi consciente e consciente devem preparar-se para “ver e ouvir” algumas situações e o inconsciente aprender o verdadeiro conceito de doação pois não sabe o que acontecerá com o seu físico e se ele esta preparado para o trabalho da Entidade.

O jiu jitsu possui dois tipos de lutadores, os guardeiros (lutam de costas para o chão) e o passador (luta por cima), um bom guardeiro precisa treinar como passador e vice versa. Na Umbanda é necessário entender também os dois lados da moeda para avaliar a situação e saber como ativar um tipo de energia, o arsenal e etc.

Usei como referencia o jiu jitsu para explicar um pouco de Umbanda e poderia ter usado inúmeras outras relações, pois na vida o detalhe sempre faz a diferença.

A Importância do Detalhe I

“Uma montanha é composta de minúsculos grãos de terra. O oceano é formado de pequenas gotas d’água. Do mesmo jeito, a vida é nada mais do que uma série de pequenos detalhes, ações, discursos e pensamentos. E as conseqüências, boas ou ruins, do menor desses fatores têm muito alcance” - Sivananda
Nascido no dia 8 de setembro de 1887, na ilustre família do Sadu Appayya Dikshitar, formado em medicina, Sivananda renunciou sua carreira e adotou uma vida de renúncia para qualificar-se a ser um sacerdote da alma do homem.
Sivananda poderia ser com certeza um excelente umbandista, principalmente por ter em comum a minha forma de pensar e a filosofia do Teu Lar.
Um dos fundamentos da magia esta associada a “ação e reação” e é claro que quando ativamos uma energia somos plenamente responsáveis pela conseqüência, isto me faz refletir sobre todos os detalhes deste momento.
O que será que acontece se uma energia for ativada sem alguns elementos básicos?
Com o pensamento em outro assunto ou desconcentrado?
Um rito onde a corrente esta dispersa e não se entregando?
Com certeza coisas boas não são, ou o alcance daqueles atos foram limitados... talvez nulos? Talvez... mas pouco provável devido a ação e reação da energia. Um velho e bom ditado umbandista já diz que quem não atrapalha já ajuda muito.
Pai Canduci sempre dizia que ao realizarmos um ato ritualístico, mesmo que seja para os outros, sempre absorvemos uma parte da energia. Além da responsabilidade com terceiros, com certeza este também é um ótimo motivo para neste momento nos abdicar de qualquer preconceito, como bem e o mal. Esquecer a referencia do tempo e pensamentos que não fazer parte daquele ritual.
Considero que viver o ritual e apreciar os seus detalhes são vitais para entendermos a nossa evolução e o alcance o máximo naquele ato e aproximação do sagrado.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Egrégora

Os espiritualistas popularizaram a palavra egrégora, e para muitos o conceito da palavra é somente a formaa de pensamento, mas o significado é muito mais amplo do que se imagina. De origem grega, egrégoroi, significa a força da união de energias mentais, físicas e emocionais de duas ou mais pessoas.
A confirmação da existência da duabilidade, o positivo e o negativo, fica mais clara e mostra que sobre um mesmo tema há agrupamentos pensando de forma positiva e de forma negativa, sendo que devido a amplitude do padrão vibratório há uma parte que pensa de forma elevada e outra de forma menos elevada.
Quanto mais força o individuo tem, mais ele empresta a egrégora e naturalmente a fortalece e “equilibra” os demais indivíduos, pois na verdade um individuo pode se tornar escravo de uma forma de pensamento, forçado a pensar e agir conforme a orientação do pensamento mestre da egrégora.
Todos os indivíduos da egrégora são alimentados pelo que a mantém viva, uma egrégora criada pelo rancor e ódio, necessita de mais rancor e ódio para sobreviver e transmite isto para os seus indivíduos, virando um grande ciclo vicioso. Já uma egrégora de felicidade, “obriga” seus participantes a serem felizes.
Como estamos falando de energia, deve-se ficar claro que o padrão vibratório de um agrupamento como este é bem amplo e torna-se ilimitado pois a sua forte alimentadora tende sempre a crescer.
A única maneira de vencer a influência da egrégora é não se opor frontalmente a ela. Para tanto é preciso ter Iniciação, estudo e conhecimento suficiente sobre o fenômeno.
Como sempre, as medidas preventivas são melhores do que as corretivas. Portanto, ao invés de querer mudar as características de uma determinada egrégora, o melhor é só gerar ou associar-se a egrégoras positivas. Nesse caso, sua vida passaria a fluir como uma embarcação a favor da correnteza. Isso é fácil de se conseguir. Se a egrégora é produzida por grupos de pessoas, basta você se aproximar e freqüentar as pessoas certas: gente feliz, descomplicada, saudável, de bom caráter, boa índole. Mas também com fibra, dinamismo e capacidade de realização; sem vícios nem mentiras, sem preguiça ou morbidez. O difícil é diagnosticar tais atributos antes de se relacionar com elas.
Estamos sempre expostos a inúmeras egrégoras e a incompatibilidade pode ser a pior situação que um individuo pode viver, pois as energias irão entrar num processo de repulsão e desequilibrar a pessoa como se estivesse rasgando uma folha de sulfite em pedaços. Por isto o importante é manter em seu espaço somente energias compatíveis.

Muita Luz,
Deyí

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

O culto certo, no lugar certo

Passando pela esquina das Ruas Almirante Pereira Guimarães e Flávio Queiroz de Morais, local onde eu deveria apenas deslumbrar-me com uma das várias construções com arquitetura modernista no bairro do Pacaembu, zona oeste da cidade de São Paulo. Mas foram 13 pequenas placas colocadas em volta da enorme figueira que fica em frente a uma casa que me chamou a atenção e das pessoas que passam por lá. A dona da casa cansada de recolher diariamente o lixo jogado e os despachos feita aos pés da árvore resolveu, a algum tempo, fazer um apelo aos "porcalhões" e também aos adeptos da religião afro-brasileira.

Enchendo diariamente 3 sacos plásticos, com capacidade para 100 litros cada um, com as velas, os bilhetes e o lixo deixado no local a proprietária lançou uma campanha. Com dizeres como "Preserve a árvore" e "Não jogue lixo" ilustram algumas das plaquinhas colocadas no jardim.

Ninguém joga mais lixo no local, acende velas ou deixa bilhetes para Exu. Nenhuma das placas - feitas de acrílico, com molduras de madeira e colocadas com cimento na grama - foi furtada também. Talvez tenham ficado ressabiados com um dos alertas: "Sangue de Jesus tem poder para toda obra do mal desfazer e em triplo devolver".

Como os cultuadores de religiões afro-brasileiras temos que nos preocupar com os pontos de força e as formas que fazemos os nossas oferendas, vivemos em tempos modernos e não pode ser mais aceito que oferendas sejam despachadas em vias de grande circulação e na porta de pessoas que nada tem com o objetivo dos trabalhos.

Buscar adaptar as nossas necessidades tem sido a preocupação e o empenho de vários sacerdotes, isto porque além de passarmos a verdadeira imagem da nossa religião, também estaremos coagindo os falsos sacerdotes que estão preocupados apenas em tomar dinheiros das pessoas.

Atualmente já existem lugares apropriados como no cemitério de Diadema. Trata-se do primeiro espaço implantado no País, em 1990, e que hoje serve de modelo ao Serviço Funerário de São Paulo. Como único espaço disponível, o local é utilizado dia e noite por pessoas de várias cidades, principalmente, da capital paulista. Jorge Carvalhal, administrador do cemitério de Diadema, disse que não é possível estimar o número de pessoas que freqüentam o local porque o registro de entrada é sempre feito no nome dos responsáveis pelo culto. "Mas dá para dizer que é muito movimentado".

Quando o assunto for outros pontos de força como por exemplo, matas, cachoeiras, etc. não há como negar que o Cantinho dos Orixás em Nazaré Paulista ou o Santuário da Umbanda em São Bernardo do Campo são alguns dos locais ideais pois possuem estrutura, e são visitados apenas pelos adeptos da nossa religião.

Consciência já!