quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

O culto certo, no lugar certo

Passando pela esquina das Ruas Almirante Pereira Guimarães e Flávio Queiroz de Morais, local onde eu deveria apenas deslumbrar-me com uma das várias construções com arquitetura modernista no bairro do Pacaembu, zona oeste da cidade de São Paulo. Mas foram 13 pequenas placas colocadas em volta da enorme figueira que fica em frente a uma casa que me chamou a atenção e das pessoas que passam por lá. A dona da casa cansada de recolher diariamente o lixo jogado e os despachos feita aos pés da árvore resolveu, a algum tempo, fazer um apelo aos "porcalhões" e também aos adeptos da religião afro-brasileira.

Enchendo diariamente 3 sacos plásticos, com capacidade para 100 litros cada um, com as velas, os bilhetes e o lixo deixado no local a proprietária lançou uma campanha. Com dizeres como "Preserve a árvore" e "Não jogue lixo" ilustram algumas das plaquinhas colocadas no jardim.

Ninguém joga mais lixo no local, acende velas ou deixa bilhetes para Exu. Nenhuma das placas - feitas de acrílico, com molduras de madeira e colocadas com cimento na grama - foi furtada também. Talvez tenham ficado ressabiados com um dos alertas: "Sangue de Jesus tem poder para toda obra do mal desfazer e em triplo devolver".

Como os cultuadores de religiões afro-brasileiras temos que nos preocupar com os pontos de força e as formas que fazemos os nossas oferendas, vivemos em tempos modernos e não pode ser mais aceito que oferendas sejam despachadas em vias de grande circulação e na porta de pessoas que nada tem com o objetivo dos trabalhos.

Buscar adaptar as nossas necessidades tem sido a preocupação e o empenho de vários sacerdotes, isto porque além de passarmos a verdadeira imagem da nossa religião, também estaremos coagindo os falsos sacerdotes que estão preocupados apenas em tomar dinheiros das pessoas.

Atualmente já existem lugares apropriados como no cemitério de Diadema. Trata-se do primeiro espaço implantado no País, em 1990, e que hoje serve de modelo ao Serviço Funerário de São Paulo. Como único espaço disponível, o local é utilizado dia e noite por pessoas de várias cidades, principalmente, da capital paulista. Jorge Carvalhal, administrador do cemitério de Diadema, disse que não é possível estimar o número de pessoas que freqüentam o local porque o registro de entrada é sempre feito no nome dos responsáveis pelo culto. "Mas dá para dizer que é muito movimentado".

Quando o assunto for outros pontos de força como por exemplo, matas, cachoeiras, etc. não há como negar que o Cantinho dos Orixás em Nazaré Paulista ou o Santuário da Umbanda em São Bernardo do Campo são alguns dos locais ideais pois possuem estrutura, e são visitados apenas pelos adeptos da nossa religião.

Consciência já!

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