segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Utilização da Água na Umbanda

Por Valdir Gragório (Wahari)


Antes de iniciarmos a falar da utilização de água dentro do ritual de Umbanda, devemos lembrar que água é um dos elementos mais importantes da natureza, tanto que:
· cerca de 3/4 do globo, do planeta que habitamos, são cobertas por água;
· 86,9% do corpo humano é composto de água ou carboidratos;
· mais ou menos 70% de tudo que existe na Terra leva água, tornando-se desta forma o fator predominante da vida no Planeta.

Não há vida sem água. Assim como não há Umbanda sem sua utilização. Ela mata, cura, pune, redime, enfim ela acha-se presente em todas as ações e reações no orbe terráqueo.
Sua utilidade é variada. Serve para os banhos de amacis, para cozinhar, para lavar as guias, para descarregar os maus fluídos, para o batismo. Dependendo de sua procedência (mares, rios, chuvas e poços), terá um emprego diferente nas obrigações.
A água poderá concentrar uma vibração positiva ou negativa, dependendo do seu emprego.
A água é uma excelente captadora de energias, tanto que normalmente é utilizada em rituais de descarregos, de limpeza, etc. , bem como também é utilizada para captar bons fluídos.
Deve-se ter certos cuidados com as águas que encontram-se na natureza, pois cada uma tem seu valor e sua utilização.
Conhecemos e fazemos uso em rituais de água de procedência de dez campos sagrados.
Rocha: água detida em saliências nas rochas. Ligada a Xangô - entre suas funções, traz força física, disposição, boa-vontade, sabedoria;
Mar: ligada a Iemanjá - imã de energias negativas, anti-séptico e cicatrizante, fertilidade, calma;
Mina: ligada a Oxum e Nanã - força, vitalidade - é a mais indicada para se utilizar nas quartinhas e em assentamentos de anjo-de-guarda;
Mar Doce: encontro de rio e mar. Ligada a Ewá - trato do corpo sentimental, humor, bom senso e independência;
Chuva: ligada a Nana e Oxum - excelente função de limpeza e descarrego;
Cachoeira: igada a Oxum e Xangô - sentimentos, afeto, força de pensamente, alegria, jovialidade;
Rio: ligada a Oxum (na correnteza) e a Obá (nas margens) - determinação, bons pensamentos;
Poço: ligada a Oxum- resistência, sabedoria;
Lagos e Lagoas: ligada a Nanã- serenidade, resignação;
Orvalho: recolhido das folhas, ao alvorecer do dia. - Ligado a Oxalá - calma, paciência, fecundidade.
Em relação a água da chuva podemos dizer que quando cai é benéfica, pura, porém, depois de cair no chão, torna-se pesada, pois atrai à si as vibrações negativas do local.
Por esse motivo nunca se deve pisar em bueiros das ruas, porque as águas da chuva, passando pelos trabalhos nas encruzilhadas, carregam para os bueiros toda a carga e a vibração dos trabalhos; convém notar que os bueiros mais próximos da encruzilhada são os mais pesados, porém não isenta de carga, embora menos intensa, os demais bueiros da rua
Todas podem ser utilizadas em banhos, assim além de portadoras de seus próprios axés, serve de veículo para o axé dos demais componentes do banho.
Algumas águas não podem e não devem ser armazenadas por muito tempo, "água parada apodrece”.