Em junho de 2009, o lutador de jiu jitsu Roger Gracie se tornou pentacampeão na categoria absoluto (a mais disputada) com o golpe “estrangulamento na montada”.
O fato surpreendente é que o “estrangulamento na montada” é uns dos primeiros golpes que se aprender no jiu jitsu, e um dos questionamentos que surgiram depois desta proeza com certeza é como é possível este feito e afinal qual é a diferença entre um iniciante e um faixa preta.
Roger Gracie é considerado um dos prodígios da atualidade no esporte e conforme a sua própria avaliação o seu segredo esta focado no detalhe.
Como sou praticante deste esporte entendo plenamente o que ele quer dizer, pois por volta de 80% de um combate o lutador esta buscando achar uma posição de ataque e ao mesmo tempo defendendo-se. Mas quando se alcança uma posição de ataque o maior esforço que são os 20% restante serão mais complicados pois é muito difícil ajustar o golpe. Motivo... o detalhe.
A diferença entro um iniciante e um mestre não esta relacionada a quantidade de golpes que o mestre sabe, mas a quantidade de vezes que ele repetiu perfeitamente o movimento, preocupando-se além da velocidade e força com os detalhes do golpe.
A CNN fez um estudo a alguns meses atrás e o resultado foi que nestas condições um praticante tinha a percepção tão aguçada que em algum momento parecia prevê o golpe do oponente.
Nestes meus incontáveis dias dentro da Umbanda vejo a mesma situação, inúmeros médiuns quando iniciam na incorporação ou em outra atividade colocam-se como os mais preparados e sem necessidade de desenvolvimento, ou desenvolvem-se sem se preocupar com os inúmeros detalhes do rito.
Da mesma força que uma arte marcial mexe com a auto estima de um praticante, participar de uma atividade magistica também o faz, o resultado para quem não esta com a mente e o corpo preparado nas duas situações, o fracasso.
Por isto sou favorável ao desenvolvimento aos moldes training for warriors, ou treino de alto impacto criado pelo preparador físico de atletas Martin Roodey, o conceito básico do meu conceito de desenvolvimento e do Martin é que se o treino for forte e simular todas as situações, o “combate” será mais fácil.
Desenvolver o espiritual é muito mais do que apenas ser um aparelho de incorporação, é preparar o corpo e a mente para as inúmeras situações que virão. Os médiuns semi consciente e consciente devem preparar-se para “ver e ouvir” algumas situações e o inconsciente aprender o verdadeiro conceito de doação pois não sabe o que acontecerá com o seu físico e se ele esta preparado para o trabalho da Entidade.
O jiu jitsu possui dois tipos de lutadores, os guardeiros (lutam de costas para o chão) e o passador (luta por cima), um bom guardeiro precisa treinar como passador e vice versa. Na Umbanda é necessário entender também os dois lados da moeda para avaliar a situação e saber como ativar um tipo de energia, o arsenal e etc.
Usei como referencia o jiu jitsu para explicar um pouco de Umbanda e poderia ter usado inúmeras outras relações, pois na vida o detalhe sempre faz a diferença.
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