terça-feira, 20 de novembro de 2012

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A Importância dos Pontos Cantados


Os pontos cantados são uma das primeiras coisas que afloram a quem vai a um terreiro de Umbanda pela primeira vez. Sendo um dos aspectos mais importantes para uma bom rito.

 

Uma das formas encontradas para a reaproximação do Homem com o Divino foi a música, onde se exprime o respeito, a obediência e o amor ao Pai Maior. Desta forma, os cânticos tornaram-se um atributo socio-religioso, comum a todas as religiões, onde cada uma delas, com suas características próprias, exteriorizavam sua adoração, devoção e servidão aos desígnios do Plano Astral Superior.

 

Os Pontos Cantados de Umbanda têm finalidades sequer imaginadas pelos consulentes, e mesmo por muitos médiuns, estando longe de serem apenas para alegrar ou distrair pela música. São, na verdade capazes de movimentar as forças sutis da Natureza e mesmo atrair certas entidades espirituais.

 

Juntamente com o som dos atabaques, forma-se uma corrente magnética, e quando nos concentramos para o inicio de uma incorporação, somos envolvidos por esses sons mágicos, fazendo nosso corpo vibrar em sintonia, facilitando assim, este processo.

Tanto é verdade que médiuns que foram iniciados e condicionados a incorporar, mediante o som dos atabaques e o canto, ficam "perdidos", quando necessitam incorporar em algum local, onde haja completo silêncio.

 

Outro ponto interessante a comentar, são os pontos, normalmente curtos, que quando entoados de uma forma harmônica e repetitiva, torna-se uma "oração mântrica". Tendo um efeito muito poderoso, quando vibrado do modo correto.

 

O elemento melódico das músicas africanas destaca-se, no decorrer das cerimônias privadas, no momento dos sacrifícios, oferecimentos e louvores dirigidos às divindades frente aos Pejís. São cantos sem acompanhamento de tambores, o ritmo ficando ligeiramente marcado pelo bater das palmas. A melodia é rigorosamente submetida às acentuações tonais da linguagem Yorubá.

 

Os dois elementos, ritmo e melodia, encontram-se associados no decorrer do Xirê público, quando os sons dos atabaques são acompanhados por cantos.

 

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

O que nos Une? O que Somos?


Por muitas vezes ficamos questionando o que realmente nos une.  Alguns dizem que é a nossa fé em Deus, Orixás e Guias.  Prefiro aprofundar esse questionamento e perguntar:

- Será que somos realmente unidos?  O que dizer da união quando vemos em terreiros brigas por destaque e autopromoção.

Muitas vezes, em várias situações, até mesmos dentro de nossos lares percebe-se uma união aparente que acontece através do medo.   Se preciso prender os que me cercam pelo medo já é a primeira prova que não existe união.

É fácil ouvir sempre falar em irmãos, mas quando um filho com problema se aproxima o que fazemos?  Afastamos?  Que união é essa que ao invés de acolher, segrega?

E os filhos que muitas vezes tomados por um orgulho forte não conseguem perceber a ajuda que está ao lado.  E o que somos realmente?

Somos servos de Deus e cumpridores de nossos desígnios, ou somos pessoas que buscam aceitação e reconhecimento?

O trabalho mediúnico é antes de qualquer coisa, um trabalho de resignação.

O médium é o instrumento utilizado para que espíritos possam agir, então porque fazer dessa condição uma condição de pseudo-superior?

Arrogância, despreparo e vaidade são os atributos que mais afastam os médiuns de seu verdadeiro serviço.

Quando o mestre Jesus nos disse “orai e vigiai” acho que boa parte desse vigiai é para nós mesmos enquanto seres humanos e tão facilmente corrompidos pelos desejos de glória.

Será que estamos cumprindo nossa missão ou criando mais karmas para serem resgatados?

Será que estamos de coração, com fé ou estamos procurando apenas meios de nos auto alimentar?

O caminho da mediunidade é difícil, mais tenho certeza que quem age com coração em nome do Pai sempre alcança seus objetivos.  Que nossa caminhada seja guiada pelo amor e não pela dor. Que tenhamos humildade suficiente para aceitar as lições e crescer.

A vida dá, a vida cobra, aqueles que humilhamos hoje pode nos ser a salvação de amanhã. Estejamos em paz.

“...eu sou filho de Umbanda

Que balança mais não cai

Eu sou filho de Umbanda

E só obedeço ao meu Pai.

Na minha cabeça eu tenho

Uma coroa de rei

Eu sou filho de Umbanda

E meu dever eu já sei...”

 

Valdir Gregório (Wahari), membro fundador do Templo e Escola de Umbanda Luz da Aruanda – Teu Lar

 

 

 

 

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Relatos da Primeira Gira (do outro lado)


 Era sexta feira, sem tréguas..., o trânsito está uma loucura, parece que tudo dá errado... acho que é um sinal para não ir.
Dentro do carro e a caminho, corto pra lá..., corto pra cá..., olho para ...
o relógio, será que vai dar tempo?
Stress total... ainda no caminho, relembrando os ensinamentos sobre os cumprimentos, ao entrar na casa, no Congá, no atabaque, os médiuns, UFA quanta coisa!!!
No local concentração total, nem cumprimento direito às pessoas, acho que fiz algumas coisas erradas, parece que toda a assistência esta me olhando, mas beleza tudo vai dar certo.
A hora insiste em não passar, eu não recordo mais qual o Orixá do tempo... Dúvida em cima da hora, este Orixá é do tempo é no sentido cronológico ou espacial?!? Melhor não pensar nisso, afinal eu acho que ninguém poderá me auxiliar neste momento.
Novamente olho no relógio e agora estamos todos de branco dentro do Congá, sou assessorado por um médium mais experiente é hora de relembrar algumas orientações BÁSICAS, tais como: cumprimentos, significados, saudações que irão ocorrer, mas no final valeu a orientação sublime, na dúvida “faz tudo o que a pessoa do lado fizer”.
Vamos lá..., agora é pra valer..., vai começar..., começam os toques, beleza a vibração lá em cima, aqui dentro parece muito mais forte! Realmente é, pois na hora de bater a cabeça, depois de colocar a toalha sobre a esteira, uma vibração sacudiu a cabeça num movimento rápido, parecia que o chão estava tremendo - um susto - mas vamos continuar pois a gira está apenas começando.
Tudo o que eu havia lido, ouvido, visto neste período de assistência é coisa do passado, vamos seguir a orientação célebre dos irmãos mais experientes, de olho na pessoa do lado.
Aí começa o martírio, corpo virado pra frente, varias pessoas observando-nos as costas, o olho virado para o lado a procura de exemplos a serem imitados. Não necessariamente nessa ordem, mas há de cantar ritmado, levanta, abaixa, cumprimenta, vira para um lado, vira para o outro..., nem sei mais o que estou fazendo, a respiração começa a ficar ofegante, o suor a escorrer, o batimento cardíaco começa a aumentar, haja preparo físico.
Acredito seriamente que todos os filhos de fé poderiam correr a São Silvestre tranquilamente, enfim a cadencia diminui, a oração é feita, o toque da chamado dos Guias é ecoada, tranquilidade no ar.
Na assistência há estas horas já estava em “alfa”, mas no Congá tranquilo, alguns médiuns começam a trabalhar com seus Guias, por enquanto estou tranquilo.
Por enquanto..., o Pai me chama, o coração dispara e agora eu enfato e melhor não vejo mais nada. Sinto que estou andando com muita dificuldade, alguém me acompanha, sento em um banco. Começa a tentativa de comunicação, os olhos não abrem, as pernas não respondem, insisto nisso e a cada tentativa frustrante a entidade parece ri amavelmente, fazendo-me compreender que Ela esta no comando, respiro fundo, a alguma comunicação com o cambono e ele trás agua.
Depois de muito tempo o cambono avisa que o Guia chefe está pedindo para entidade “subir” e novamente uma caminhada cansativa, de olhos fechados e uma sacudida rápida, volta tudo as claras e enfim estou de volta.
No final, apesar das dores físicas valeu pela primeira vez.

William Zingaro, membro do Templo e Escola de Umbanda Luz da Arunda – Teu Lar

sexta-feira, 21 de setembro de 2012


O Ser Humano e a relação com as plantas


O convívio do ser humano com as plantas é tão antigo quanto a própria existência do Homem na Terra. Sua utilização pode ser para atividades sociais, religiosas e terapêuticas.  Assim, encontraremos dois estudos que, a princípio parecem separados, mas que se fundem na essência, conforme explicamos abaixo:

 

- Etnobotânica: é a aplicação das ervas medicinais, conforme o conhecimento de botânica, filosofia e religião do povo em estudo.

- Fitoterapia: é o recurso de prevenção e tratamento de doenças através das plantas medicinais, é a forma mais antiga e fundamental da medicina da Terra.  O Homem vem testando e escolhendo instintivamente as melhores plantas medicinais para a cura das doenças.

 

No século XVIII a fitoterapia foi mais utilizada do que a medicina convencional devido ao fácil acesso e ao baixo custo. Já no século XX com  o uso de antibióticos e remédios alopáticos, a nossa medicina natural, passada de geração em geração, ficou esquecida.

Por uma necessidade natural as plantas ganham seu espaço como aliadas no reequilíbrio físico do ser humano: o predomínio da cor verde se relaciona à saúde e ao equilíbrio, chaves para o Homem saudável.

As diversas nuances das flores complementam esta missão, trazendo alegria e otimismo (amarelo e vermelho), paz (branco), amor e fraternidade (rosa), espiritualidade (violeta) e harmonia (azul).

Inúmeros estudos mostram que as plantas possuem memória, sentimento e aura; só  que num processo diferente do ser humano;  por isso a química da planta traduz seus sentimentos a partir do comportamento ou expressões do seu meio.  

Os vários estudos feitos sobre ervas tiveram, na grande maioria das vezes, a preocupação das análises químicas e como ela poderia trazer o bem estar ao ser humano. Galeno é considerado o pai da farmacêutica e deixou mais de 200 estudos sobre plantas medicinais.

Mas o que será que cura o ser humano?  A composição química ou a “alma” da planta?

O filósofo Confúcio recomendava o uso do incenso composto por sândalo, almíscar e flores (principalmente jasmim) para afastar maus espíritos.

Na igreja cristã o incenso foi introduzido no século IV e no século XVI existiam rotas entre a Europa e o Oriente para comercialização dos incensos.

Muitas religiões usam as plantas em seus ritos e isto gerou em  nossa história um conflito de interesse, isto ocorreu por exemplo nos tratados de Paracelsus onde em plena chama da santa inquisição o uso ritualístico foi associado a bruxaria.

Para os cultos em terras brasileiras e africanas o uso das plantas é considerado natural e possui relação direta com a energia das divindades, pois a aura destas plantas possuem cores, formas e movimentos característicos.

A Umbanda aproveita os inúmeros conceitos e usos existentes, desenvolvendo banhos, defumações, sacudimentos  entre outros em seus ritos.  Mas um fato interessante é o impacto étnico; afinal a religião possui inúmeras influências e, mesmo sobre a mesma observação estrutural, há outros fatos que influenciam na determinação da entidade e o seu uso.

Como base estrutural podemos  citar:

             A química da sua composição;

             A aura da planta;

             Sua memória;

             Momento da colheita;

             O Orixá regente;

             Solar ou lunar;

             Quente ou fria;

             Masculina ou feminina.

Conforme Fatumbi Verger, isto também é comum em terras africanas e rebatizar a planta  é um hábito para que o encantamento (ofo) seja perfeito.

Quanto realmente os inúmeros terreiros de Umbanda tem se  utilizado do poder das plantas?

Alguns estudos mostram que na região sudeste do Brasil é comum a indicação do banho que não impacta no Ori e muitos consideram que uma das principais atribuições da energia da planta está no principal chacra que temos.

É importante desenvolvermos estudos e debatermos o uso e aplicações das plantas em nossa religião para que esta prática não se perca com o tempo.

 

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Palestra Ritos Umbandistas

Foi realizado hoje o lançamento da 2a edição do livro Universo Umbandista, foi um sucesso de publico.

Aos irmãos interessados na compra por favor entrem em contato pelo e-mail teular@teular.org.br

domingo, 22 de julho de 2012

Palestra Ritos Umbnadistas e lançamento da 2ª edição do livro Universo Umbandista

No dia 30/07/2012 as 20:00h no Templo e Escola de Umbanda Luz da Aruanda – Teu Lar será realizada a palestra gratuita sobre ritos na Umbanda, nesta data também haverá o lançamento da 2ª edição do livro "Universo Umbandista - Umbanda tem fundamento, é preciso preparar".




Este livro foi escrito por Sérgio Martins dos Reis (Deyí), sacerdote umbandista, presidente do Templo e Escola de Umbanda Luz da Aruanda - Teu Lar, o autor sempre com a preocupação e interesse em preservar a memória da cultura das religiões afro-brasileiras e em especial a Umbanda, apresenta uma obra de forma objetiva e imparcial o processo evolutivo da religião.



Conforme Deyí, a obra é fruto de anos de pesquisa, vivência religiosa e do curso de mesmo nome da obra. O objetivo não é estabelecer formas doutrinárias, ou alterar a conduta básica de um templo, mas de refletir sobre a convergência existente.



O autor cedeu os direitos autorais para o Templo e Escola de Umbanda Luz da Aruanda - Teu Lar.



O Templo e Escola de Umbanda Luz da Aruanda – Teu Lar fica na Rua Erva Café, nº 3 São Paulo/SP



Maiores informações e venda no site www.teular.org.br ou pelo e-mail teular@teular.org.br

quinta-feira, 15 de março de 2012

O Templo e Escola de Umbanda Luz da Aruanda – Teu Lar estará sorteando no dia 21/03/2012 um exemplar do livro Universo Umbandista – Umbanda tem fundamento é preciso preparar.

Este livro foi escrito pelo sacerdote Sérgio M. Reis (Deyí), presidente do Teu Lar e é utilizado no curso Universo Umbandista promovido pelo Teu Lar.Para conhecer mais sobre o Teu Lar, acesse www.teular.org.br

Para participar basta “curtir” a nossa fanpage no link http://sorteie.me/facebook/compartilhar.php?id=37430

Boa sorte!

Regulamento:

a) A promoção é valida apenas para postagem no território nacional;
b) Membros e familiares do Teu Lar e da ONG Teu Lar não podem participar da promoção.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Curso Universo Umbandista

Inicio: 10/03/2012

Objetivo: Transmitir todo o embasamento teórico, para conservação e melhor entendimento da religião umbandista, fortalecendo os conceitos dos médiuns e simpatizantes. Explorando a forma de atuação nos templos, comportamento dos praticantes e comparativos com outras religiões.

A quem se destina: Sacerdotes, médiuns e simpatizantes.Metodologia: Aulas teóricas com apresentação de casos e experiências dos alunos e vivencia em templos umbandistas.

Programa:

Aula 1 – Historia Afrodescendente e o da Umbanda: Pensamento Humano e o Surgimento do Homem – Principais Fatos Históricos dos Cultos Afrodescendentes – Fatos Históricos Umbandistas – Versões Sobre o Surgimento – A Importância de Zélio e do Caboclo das Sete Encruzilhadas – Por que a Umbanda? – Magia da Umbanda;

Aula 2 – Rito Umbandista: O Templo e os Pontos Vibratórios – Tipos de Ritos (Giras) – Preparação do Templo e o Recinto – Preparação Magística;

Aula 3 - Rito Umbandista: Organização Jurídica – Legislação e as Religiões – Responsabilidade Social – O Médium e a sua Preparação – Vestimenta – Arsenal – Guias (fios de santo);

Aula 4 – Rito Umbandista: Sacerdote – Ogans – Cambono – Defumação – Consagrações e Sacramentos – Casamento – Fúnebre – Batismo;

Aula 5 – Rito Umbandista: Pontos Riscados e a Escrita Mágica – Música na Umbanda – Atabaque – Pontos Cantados – Pontos de Força e a Consciência Ecológica;

Aula 6 – Rito Umbandista: Preces – A Importância das Preces – Exemplos de Preces – Hino da Umbanda – A Umbanda e a Interseção com Outros Cultos;

Aula 7 – Mediunidade e Arquétipos: Mediunidade – Mistificação e Animismo – Arquétipos – Corpo Humano – Os Centros de Força – Pólos Magnéticos e Rotação Magnética;

Aula 8 – Orixás: Gênese – A Criação do Mundo – Sincretismo – A Importância de Ilé-Ifè para o Culto Afrodescendente – O que são os Orixás – Orixás na Umbanda;

Aula 9 – Orixás: Exu – Oxalá – Ogum – Yemanjá;

Aula 10 – Orixás: Nanã – Oxum – Xangô – Yansã;

Aula 11 - Oxóssi – Ibejada – Obaluayê, Omulu, Xapanã – Obá;

Aula 12 - Entidades: – Linhas, Falanges e Povos – Caboclos – Pretos Velhos – Erês – Marinheiros – Boiadeiros – Baianos – Ciganos – Exus e Pomba Giras;

Aula 13 – Escolas Umbandistas;

Aula 14 – Ervas na Umbanda;

Aula 15 – Oferendas.

Dia/Horário: sábados das 19:00h as 21:00h

Palestrante: Sérgio M Reis (Deyí), presidente/sacerdote do Templo e Escola de Umbanda Luz da Aruanda – Teu Lar, presidente da ONG Teu Lar e autor do livro Universo Umbandista.

Maiores informações no site: www.teular.org.br ou pelo e-mail teular@teular.org.br

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Revolução do conhecimento e a tradição oral

A caminho de ministrar uma palestra sobre finanças em Porto Alegre e filosofando sozinho, na maneira de como utilizar a tecnologia para este fim, acabei desviando o foco e fazendo um estudo sobre o impacto das redes sociais na Umbanda.

Fiquei num dilema shakesperiano, internet ou não-internet no mundo religioso? De um lado a internet e seus "nativos digitais" que conjugam com naturalidade os verbos linkar, blogar e twittar e de outro a milenar tradição oral.

Um conflito de gerações e, conforme estudiosos, uma mudança na forma de pensar e de se relacionar. Alguns cientistas e neurocientistas acreditam que a geração de "nativos digitais" pode estar empobrecendo ou aumentando cada vez mais a dificuldade na interpretação de contextos e símbolos.

Esta situação pode estar acontecendo devido aos apelos superficiais e simultâneos que a web apresenta, a falta de capacidade analítica pode estar trazendo, pela falta de uso, perda de habilidades cerebrais. Por outro lado, o cérebro humano demora aproximadamente 27 anos para ficar pronto e isto tem relação com a falta de concentração dos jovens e a imaturidade independente da internet.

Mas um fato é certo, os jovens se habituaram a confiar no computador, que é a "bíblia" deles. Vivem em função do Google como fonte de consulta e relações em redes sociais, possuem engajamento social - como o curtir e compartilhar - mas normalmente não possuem ação coerente.

A religião tem entre outros apelos a emoção e, conforme a teoria de Jung, do processo de Individualização: a autorealização emocional durante a vida. Buscando o autoconhecimento prestigiamos a análise dos símbolos que precisam ser interpretados.

A tradição oral traz formas diferenciadas e criativas de compartilhar o conhecimento como a transmissão de tradições e valores culturais. Já o computador não tem nada a dizer em termos de emoção.

A relação que a religião pede é a do mestre e do aprendiz. A diversidade de uma religião, como as afro-brasileiras, ocorre devido a um longo processo de seleção natural. Na ciência a seleção natural cumpre seu papel ao longo de bilhões de anos e não a um imediatismo como o mito de Adão e Eva, onde não há um processo de evolução.

A internet tem colaborado para aproximar o grupo interessado, rompe com barreiras existentes no passado e tem sido um grande canal de divulgação. Após a revolução digital, que também é conhecida como revolução do conhecimento, o mundo tornou-se mais globalizado e de informações ágeis o que não permite o aprendizado apenas na pratica diária dentro dos templos e ao mesmo tempo não se pode imaginar que o mistério (pajubá) ou o segredo (awo) estarão disponíveis na web.

Temos hoje à disposição possibilidade de captar, armazenar, processar, multiplicar e disseminar informações.

A internet interrompeu o processo do "isto é um segredo que até eu desconheço" e, com certeza, critica o modelo linear de transmissão do conhecimento e sugere outro baseado na troca e na associação livre de conteúdos.

O uso indiscriminado pode trazer um problema: sem a relação da vivência a internet torna-se apenas um imenso bazar de variedades sem começo, meio e fim.