O convívio do ser humano com as plantas é tão antigo quanto a própria
existência do Homem na Terra. Sua utilização pode ser para atividades sociais,
religiosas e terapêuticas. Assim,
encontraremos dois estudos que, a princípio parecem separados, mas que se
fundem na essência, conforme explicamos abaixo:
- Etnobotânica: é a aplicação das ervas medicinais, conforme o
conhecimento de botânica, filosofia e religião do povo em estudo.
- Fitoterapia: é o recurso de prevenção e tratamento de doenças através
das plantas medicinais, é a forma mais antiga e fundamental da medicina da
Terra. O Homem vem testando e escolhendo
instintivamente as melhores plantas medicinais para a cura das doenças.
No século XVIII a fitoterapia foi mais utilizada do que a medicina
convencional devido ao fácil acesso e ao baixo custo. Já no século XX com o uso de antibióticos e remédios alopáticos, a
nossa medicina natural, passada de geração em geração, ficou esquecida.
Por uma necessidade natural as plantas ganham seu espaço como aliadas
no reequilíbrio físico do ser humano: o predomínio da cor verde se relaciona à
saúde e ao equilíbrio, chaves para o Homem saudável.
As diversas nuances das flores complementam esta missão, trazendo
alegria e otimismo (amarelo e vermelho), paz (branco), amor e fraternidade
(rosa), espiritualidade (violeta) e harmonia (azul).
Inúmeros estudos mostram que as plantas possuem memória, sentimento e
aura; só que num processo diferente do
ser humano; por isso a química da planta
traduz seus sentimentos a partir do comportamento ou expressões do seu
meio.
Os vários estudos feitos sobre ervas tiveram, na grande maioria das
vezes, a preocupação das análises químicas e como ela poderia trazer o bem
estar ao ser humano. Galeno é considerado o pai da farmacêutica e deixou mais
de 200 estudos sobre plantas medicinais.
Mas o que será que cura o ser humano?
A composição química ou a “alma” da planta?
O filósofo Confúcio recomendava o uso do incenso composto por sândalo,
almíscar e flores (principalmente jasmim) para afastar maus espíritos.
Na igreja cristã o incenso foi introduzido no século IV e no século
XVI existiam rotas entre a Europa e o Oriente para comercialização dos
incensos.
Muitas religiões usam as plantas em seus ritos e isto gerou em nossa história um conflito de interesse, isto
ocorreu por exemplo nos tratados de Paracelsus onde em plena chama da santa
inquisição o uso ritualístico foi associado a bruxaria.
Para os cultos em terras brasileiras e africanas o uso das plantas é
considerado natural e possui relação direta com a energia das divindades, pois
a aura destas plantas possuem cores, formas e movimentos característicos.
A Umbanda aproveita os inúmeros conceitos e usos existentes,
desenvolvendo banhos, defumações, sacudimentos entre outros em seus ritos. Mas um fato interessante é o impacto étnico;
afinal a religião possui inúmeras influências e, mesmo sobre a mesma observação
estrutural, há outros fatos que influenciam na determinação da entidade e o seu
uso.
Como base estrutural podemos citar:
• A química da sua
composição;
• A aura da planta;
• Sua memória;
• Momento da
colheita;
• O Orixá regente;
• Solar ou lunar;
• Quente ou fria;
• Masculina ou
feminina.
Conforme Fatumbi Verger, isto também é comum em terras africanas e
rebatizar a planta é um hábito para que
o encantamento (ofo) seja perfeito.
Quanto realmente os inúmeros terreiros de Umbanda tem se utilizado do poder das plantas?
Alguns estudos mostram que na região sudeste do Brasil é comum a
indicação do banho que não impacta no Ori e muitos consideram que uma das
principais atribuições da energia da planta está no principal chacra que temos.
É importante desenvolvermos estudos e debatermos o uso e aplicações
das plantas em nossa religião para que esta prática não se perca com o tempo.
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