terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Banhos Ritualísticos

Os banhos ritualísticos fazem parte da evolução humana, como no principio religião, ciência e filosofia possuíam a mesma espinha dorsal, é difícil dizer quando e onde surgiram os banhos ritualísticos. Podemos considerar que o banho é a renovação do corpo e da alma, pois quando o corpo se sente bem e se acha refeito do cansaço, a alma fica também apta a vibrar harmoniosamente. Em todas as religiões existem os seus banhos sagrados, podemos usar como exemplo o batismo nas águas ministrado por São João Batista, no Rio Jordão, era um banho sagrado, pois o batismo nas águas senão o banho mais natural (e porque não o primeiro banho purificador do ser humano nos dias de hoje, afinal, se batizam crianças ainda pequenos) que conhecemos, purificador do espírito, mente e do corpo.

Para nós umbandistas o conceito é muito parecido, mas utilizamos a nosso favor os conhecimentos científicos disponíveis. Só para termos uma idéia rápida do que se esta se falando, hoje é notório o conhecimento de que o corpo humano possui chacras, eixo energo magnético, pólos positivos e negativos e rotação magnética, etc. Além disso, existem os simbolismos utilizados, que no seu conteúdo também estão ligados a ciência, mas em muitos casos ainda não estudados pela mesma.

A água é o principal elemento destes simbolismos quando o assunto é banho, considerado a oferenda que deve ser dada a todos e quaisquer Orixá, pois ela representa a água sêmen, e é a água contida no sangue branco feminino, ou seja, ela fecunda fertiliza, procria. Além de ser apaziguador, trazendo tranqüilidade e torna as coisas possíveis. A erva é outro elemento indispensável, o motivo de sua utilização possui tantas variáveis, podemos citar algumas para melhor compreensão:
· A química da sua composição;
· A aura da planta;
· Sua memória;
· Momento da colheita;
· O Orixá regente;
· Solar ou lunar;
· Quente ou fria;
· Masculina ou feminina.

Estes elementos são determinantes na hora da composição dos banhos, pois normalmente são utilizadas mais de um tipo de erva.

A Umbanda possui 4 tipos de banhos:
· Banhos de Descarrego
Estes banhos servem para livrar o indivíduo de cargas energéticas negativas. O tempo todo passamos por ambientes formados por pensamentos, ações, que vão criando larvas astrais, miasmas e todo a sorte de vírus espirituais que vão se aderindo ao aura das pessoas. Provavelmente o banho de descarrego mais conhecido é o de sal grosso, devido à eficiência comprovada e a sua simplicidade no preparo. O sal grosso é o excelente condutor elétrico e “absorve” muito bem os átomos eletricamente carregados de carga negativa, que chamamos de íons. Como, em tudo há a sua contraparte etérica, a função do sal é também tirar energias negativas aderidas na aura de uma pessoa. Então este banho é eficiente neste aspecto, já que a água em união como o sal, “lava” toda a aura, desmagnetizando-o negativamente. Os banhos de descarrego que utilizam ervas tem o seu efeito mais prolongado que os de sal grosso.
· Banhos de Defesa
Estes banhos estão envolvidos com a manutenção dos chacras e a sua proteção em alguns rituais.
· Banhos de Energização
Estes banhos promovem o restabelecimento do equilíbrio energético, reativando o chacras e o teor positivo da aura.
· Banhos de Fixação
Estes banhos são usados para trabalhos ritualísticos e fechados ao público, onde se prestará a trabalhos de iniciação ou consagração. São realizados apenas por quem é médium, onde tomará contato mais direto com as entidades elevadas. Este banho “abre” todos os chacras e a percepção mediúnica fica aguçadíssima.
Além dos banhos preparados (que somente alguns podem lavar a cabeça), os banhos em pontos sagrados (mar, cachoeira, etc), não há está preocupação, pois a energia abundante do local permite uma limpeza completa em todos os pontos de energia em nosso corpo, conforme o Orixá regente no local.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

A Importância do Detalhe II

Em junho de 2009, o lutador de jiu jitsu Roger Gracie se tornou pentacampeão na categoria absoluto (a mais disputada) com o golpe “estrangulamento na montada”.

O fato surpreendente é que o “estrangulamento na montada” é uns dos primeiros golpes que se aprender no jiu jitsu, e um dos questionamentos que surgiram depois desta proeza com certeza é como é possível este feito e afinal qual é a diferença entre um iniciante e um faixa preta.

Roger Gracie é considerado um dos prodígios da atualidade no esporte e conforme a sua própria avaliação o seu segredo esta focado no detalhe.

Como sou praticante deste esporte entendo plenamente o que ele quer dizer, pois por volta de 80% de um combate o lutador esta buscando achar uma posição de ataque e ao mesmo tempo defendendo-se. Mas quando se alcança uma posição de ataque o maior esforço que são os 20% restante serão mais complicados pois é muito difícil ajustar o golpe. Motivo... o detalhe.

A diferença entro um iniciante e um mestre não esta relacionada a quantidade de golpes que o mestre sabe, mas a quantidade de vezes que ele repetiu perfeitamente o movimento, preocupando-se além da velocidade e força com os detalhes do golpe.

A CNN fez um estudo a alguns meses atrás e o resultado foi que nestas condições um praticante tinha a percepção tão aguçada que em algum momento parecia prevê o golpe do oponente.

Nestes meus incontáveis dias dentro da Umbanda vejo a mesma situação, inúmeros médiuns quando iniciam na incorporação ou em outra atividade colocam-se como os mais preparados e sem necessidade de desenvolvimento, ou desenvolvem-se sem se preocupar com os inúmeros detalhes do rito.

Da mesma força que uma arte marcial mexe com a auto estima de um praticante, participar de uma atividade magistica também o faz, o resultado para quem não esta com a mente e o corpo preparado nas duas situações, o fracasso.

Por isto sou favorável ao desenvolvimento aos moldes training for warriors, ou treino de alto impacto criado pelo preparador físico de atletas Martin Roodey, o conceito básico do meu conceito de desenvolvimento e do Martin é que se o treino for forte e simular todas as situações, o “combate” será mais fácil.

Desenvolver o espiritual é muito mais do que apenas ser um aparelho de incorporação, é preparar o corpo e a mente para as inúmeras situações que virão. Os médiuns semi consciente e consciente devem preparar-se para “ver e ouvir” algumas situações e o inconsciente aprender o verdadeiro conceito de doação pois não sabe o que acontecerá com o seu físico e se ele esta preparado para o trabalho da Entidade.

O jiu jitsu possui dois tipos de lutadores, os guardeiros (lutam de costas para o chão) e o passador (luta por cima), um bom guardeiro precisa treinar como passador e vice versa. Na Umbanda é necessário entender também os dois lados da moeda para avaliar a situação e saber como ativar um tipo de energia, o arsenal e etc.

Usei como referencia o jiu jitsu para explicar um pouco de Umbanda e poderia ter usado inúmeras outras relações, pois na vida o detalhe sempre faz a diferença.

A Importância do Detalhe I

“Uma montanha é composta de minúsculos grãos de terra. O oceano é formado de pequenas gotas d’água. Do mesmo jeito, a vida é nada mais do que uma série de pequenos detalhes, ações, discursos e pensamentos. E as conseqüências, boas ou ruins, do menor desses fatores têm muito alcance” - Sivananda
Nascido no dia 8 de setembro de 1887, na ilustre família do Sadu Appayya Dikshitar, formado em medicina, Sivananda renunciou sua carreira e adotou uma vida de renúncia para qualificar-se a ser um sacerdote da alma do homem.
Sivananda poderia ser com certeza um excelente umbandista, principalmente por ter em comum a minha forma de pensar e a filosofia do Teu Lar.
Um dos fundamentos da magia esta associada a “ação e reação” e é claro que quando ativamos uma energia somos plenamente responsáveis pela conseqüência, isto me faz refletir sobre todos os detalhes deste momento.
O que será que acontece se uma energia for ativada sem alguns elementos básicos?
Com o pensamento em outro assunto ou desconcentrado?
Um rito onde a corrente esta dispersa e não se entregando?
Com certeza coisas boas não são, ou o alcance daqueles atos foram limitados... talvez nulos? Talvez... mas pouco provável devido a ação e reação da energia. Um velho e bom ditado umbandista já diz que quem não atrapalha já ajuda muito.
Pai Canduci sempre dizia que ao realizarmos um ato ritualístico, mesmo que seja para os outros, sempre absorvemos uma parte da energia. Além da responsabilidade com terceiros, com certeza este também é um ótimo motivo para neste momento nos abdicar de qualquer preconceito, como bem e o mal. Esquecer a referencia do tempo e pensamentos que não fazer parte daquele ritual.
Considero que viver o ritual e apreciar os seus detalhes são vitais para entendermos a nossa evolução e o alcance o máximo naquele ato e aproximação do sagrado.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Egrégora

Os espiritualistas popularizaram a palavra egrégora, e para muitos o conceito da palavra é somente a formaa de pensamento, mas o significado é muito mais amplo do que se imagina. De origem grega, egrégoroi, significa a força da união de energias mentais, físicas e emocionais de duas ou mais pessoas.
A confirmação da existência da duabilidade, o positivo e o negativo, fica mais clara e mostra que sobre um mesmo tema há agrupamentos pensando de forma positiva e de forma negativa, sendo que devido a amplitude do padrão vibratório há uma parte que pensa de forma elevada e outra de forma menos elevada.
Quanto mais força o individuo tem, mais ele empresta a egrégora e naturalmente a fortalece e “equilibra” os demais indivíduos, pois na verdade um individuo pode se tornar escravo de uma forma de pensamento, forçado a pensar e agir conforme a orientação do pensamento mestre da egrégora.
Todos os indivíduos da egrégora são alimentados pelo que a mantém viva, uma egrégora criada pelo rancor e ódio, necessita de mais rancor e ódio para sobreviver e transmite isto para os seus indivíduos, virando um grande ciclo vicioso. Já uma egrégora de felicidade, “obriga” seus participantes a serem felizes.
Como estamos falando de energia, deve-se ficar claro que o padrão vibratório de um agrupamento como este é bem amplo e torna-se ilimitado pois a sua forte alimentadora tende sempre a crescer.
A única maneira de vencer a influência da egrégora é não se opor frontalmente a ela. Para tanto é preciso ter Iniciação, estudo e conhecimento suficiente sobre o fenômeno.
Como sempre, as medidas preventivas são melhores do que as corretivas. Portanto, ao invés de querer mudar as características de uma determinada egrégora, o melhor é só gerar ou associar-se a egrégoras positivas. Nesse caso, sua vida passaria a fluir como uma embarcação a favor da correnteza. Isso é fácil de se conseguir. Se a egrégora é produzida por grupos de pessoas, basta você se aproximar e freqüentar as pessoas certas: gente feliz, descomplicada, saudável, de bom caráter, boa índole. Mas também com fibra, dinamismo e capacidade de realização; sem vícios nem mentiras, sem preguiça ou morbidez. O difícil é diagnosticar tais atributos antes de se relacionar com elas.
Estamos sempre expostos a inúmeras egrégoras e a incompatibilidade pode ser a pior situação que um individuo pode viver, pois as energias irão entrar num processo de repulsão e desequilibrar a pessoa como se estivesse rasgando uma folha de sulfite em pedaços. Por isto o importante é manter em seu espaço somente energias compatíveis.

Muita Luz,
Deyí

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

O culto certo, no lugar certo

Passando pela esquina das Ruas Almirante Pereira Guimarães e Flávio Queiroz de Morais, local onde eu deveria apenas deslumbrar-me com uma das várias construções com arquitetura modernista no bairro do Pacaembu, zona oeste da cidade de São Paulo. Mas foram 13 pequenas placas colocadas em volta da enorme figueira que fica em frente a uma casa que me chamou a atenção e das pessoas que passam por lá. A dona da casa cansada de recolher diariamente o lixo jogado e os despachos feita aos pés da árvore resolveu, a algum tempo, fazer um apelo aos "porcalhões" e também aos adeptos da religião afro-brasileira.

Enchendo diariamente 3 sacos plásticos, com capacidade para 100 litros cada um, com as velas, os bilhetes e o lixo deixado no local a proprietária lançou uma campanha. Com dizeres como "Preserve a árvore" e "Não jogue lixo" ilustram algumas das plaquinhas colocadas no jardim.

Ninguém joga mais lixo no local, acende velas ou deixa bilhetes para Exu. Nenhuma das placas - feitas de acrílico, com molduras de madeira e colocadas com cimento na grama - foi furtada também. Talvez tenham ficado ressabiados com um dos alertas: "Sangue de Jesus tem poder para toda obra do mal desfazer e em triplo devolver".

Como os cultuadores de religiões afro-brasileiras temos que nos preocupar com os pontos de força e as formas que fazemos os nossas oferendas, vivemos em tempos modernos e não pode ser mais aceito que oferendas sejam despachadas em vias de grande circulação e na porta de pessoas que nada tem com o objetivo dos trabalhos.

Buscar adaptar as nossas necessidades tem sido a preocupação e o empenho de vários sacerdotes, isto porque além de passarmos a verdadeira imagem da nossa religião, também estaremos coagindo os falsos sacerdotes que estão preocupados apenas em tomar dinheiros das pessoas.

Atualmente já existem lugares apropriados como no cemitério de Diadema. Trata-se do primeiro espaço implantado no País, em 1990, e que hoje serve de modelo ao Serviço Funerário de São Paulo. Como único espaço disponível, o local é utilizado dia e noite por pessoas de várias cidades, principalmente, da capital paulista. Jorge Carvalhal, administrador do cemitério de Diadema, disse que não é possível estimar o número de pessoas que freqüentam o local porque o registro de entrada é sempre feito no nome dos responsáveis pelo culto. "Mas dá para dizer que é muito movimentado".

Quando o assunto for outros pontos de força como por exemplo, matas, cachoeiras, etc. não há como negar que o Cantinho dos Orixás em Nazaré Paulista ou o Santuário da Umbanda em São Bernardo do Campo são alguns dos locais ideais pois possuem estrutura, e são visitados apenas pelos adeptos da nossa religião.

Consciência já!