sexta-feira, 21 de setembro de 2012


O Ser Humano e a relação com as plantas


O convívio do ser humano com as plantas é tão antigo quanto a própria existência do Homem na Terra. Sua utilização pode ser para atividades sociais, religiosas e terapêuticas.  Assim, encontraremos dois estudos que, a princípio parecem separados, mas que se fundem na essência, conforme explicamos abaixo:

 

- Etnobotânica: é a aplicação das ervas medicinais, conforme o conhecimento de botânica, filosofia e religião do povo em estudo.

- Fitoterapia: é o recurso de prevenção e tratamento de doenças através das plantas medicinais, é a forma mais antiga e fundamental da medicina da Terra.  O Homem vem testando e escolhendo instintivamente as melhores plantas medicinais para a cura das doenças.

 

No século XVIII a fitoterapia foi mais utilizada do que a medicina convencional devido ao fácil acesso e ao baixo custo. Já no século XX com  o uso de antibióticos e remédios alopáticos, a nossa medicina natural, passada de geração em geração, ficou esquecida.

Por uma necessidade natural as plantas ganham seu espaço como aliadas no reequilíbrio físico do ser humano: o predomínio da cor verde se relaciona à saúde e ao equilíbrio, chaves para o Homem saudável.

As diversas nuances das flores complementam esta missão, trazendo alegria e otimismo (amarelo e vermelho), paz (branco), amor e fraternidade (rosa), espiritualidade (violeta) e harmonia (azul).

Inúmeros estudos mostram que as plantas possuem memória, sentimento e aura; só  que num processo diferente do ser humano;  por isso a química da planta traduz seus sentimentos a partir do comportamento ou expressões do seu meio.  

Os vários estudos feitos sobre ervas tiveram, na grande maioria das vezes, a preocupação das análises químicas e como ela poderia trazer o bem estar ao ser humano. Galeno é considerado o pai da farmacêutica e deixou mais de 200 estudos sobre plantas medicinais.

Mas o que será que cura o ser humano?  A composição química ou a “alma” da planta?

O filósofo Confúcio recomendava o uso do incenso composto por sândalo, almíscar e flores (principalmente jasmim) para afastar maus espíritos.

Na igreja cristã o incenso foi introduzido no século IV e no século XVI existiam rotas entre a Europa e o Oriente para comercialização dos incensos.

Muitas religiões usam as plantas em seus ritos e isto gerou em  nossa história um conflito de interesse, isto ocorreu por exemplo nos tratados de Paracelsus onde em plena chama da santa inquisição o uso ritualístico foi associado a bruxaria.

Para os cultos em terras brasileiras e africanas o uso das plantas é considerado natural e possui relação direta com a energia das divindades, pois a aura destas plantas possuem cores, formas e movimentos característicos.

A Umbanda aproveita os inúmeros conceitos e usos existentes, desenvolvendo banhos, defumações, sacudimentos  entre outros em seus ritos.  Mas um fato interessante é o impacto étnico; afinal a religião possui inúmeras influências e, mesmo sobre a mesma observação estrutural, há outros fatos que influenciam na determinação da entidade e o seu uso.

Como base estrutural podemos  citar:

             A química da sua composição;

             A aura da planta;

             Sua memória;

             Momento da colheita;

             O Orixá regente;

             Solar ou lunar;

             Quente ou fria;

             Masculina ou feminina.

Conforme Fatumbi Verger, isto também é comum em terras africanas e rebatizar a planta  é um hábito para que o encantamento (ofo) seja perfeito.

Quanto realmente os inúmeros terreiros de Umbanda tem se  utilizado do poder das plantas?

Alguns estudos mostram que na região sudeste do Brasil é comum a indicação do banho que não impacta no Ori e muitos consideram que uma das principais atribuições da energia da planta está no principal chacra que temos.

É importante desenvolvermos estudos e debatermos o uso e aplicações das plantas em nossa religião para que esta prática não se perca com o tempo.