quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Curso Universo Umbandista

Inicio: 10/03/2012

Objetivo: Transmitir todo o embasamento teórico, para conservação e melhor entendimento da religião umbandista, fortalecendo os conceitos dos médiuns e simpatizantes. Explorando a forma de atuação nos templos, comportamento dos praticantes e comparativos com outras religiões.

A quem se destina: Sacerdotes, médiuns e simpatizantes.Metodologia: Aulas teóricas com apresentação de casos e experiências dos alunos e vivencia em templos umbandistas.

Programa:

Aula 1 – Historia Afrodescendente e o da Umbanda: Pensamento Humano e o Surgimento do Homem – Principais Fatos Históricos dos Cultos Afrodescendentes – Fatos Históricos Umbandistas – Versões Sobre o Surgimento – A Importância de Zélio e do Caboclo das Sete Encruzilhadas – Por que a Umbanda? – Magia da Umbanda;

Aula 2 – Rito Umbandista: O Templo e os Pontos Vibratórios – Tipos de Ritos (Giras) – Preparação do Templo e o Recinto – Preparação Magística;

Aula 3 - Rito Umbandista: Organização Jurídica – Legislação e as Religiões – Responsabilidade Social – O Médium e a sua Preparação – Vestimenta – Arsenal – Guias (fios de santo);

Aula 4 – Rito Umbandista: Sacerdote – Ogans – Cambono – Defumação – Consagrações e Sacramentos – Casamento – Fúnebre – Batismo;

Aula 5 – Rito Umbandista: Pontos Riscados e a Escrita Mágica – Música na Umbanda – Atabaque – Pontos Cantados – Pontos de Força e a Consciência Ecológica;

Aula 6 – Rito Umbandista: Preces – A Importância das Preces – Exemplos de Preces – Hino da Umbanda – A Umbanda e a Interseção com Outros Cultos;

Aula 7 – Mediunidade e Arquétipos: Mediunidade – Mistificação e Animismo – Arquétipos – Corpo Humano – Os Centros de Força – Pólos Magnéticos e Rotação Magnética;

Aula 8 – Orixás: Gênese – A Criação do Mundo – Sincretismo – A Importância de Ilé-Ifè para o Culto Afrodescendente – O que são os Orixás – Orixás na Umbanda;

Aula 9 – Orixás: Exu – Oxalá – Ogum – Yemanjá;

Aula 10 – Orixás: Nanã – Oxum – Xangô – Yansã;

Aula 11 - Oxóssi – Ibejada – Obaluayê, Omulu, Xapanã – Obá;

Aula 12 - Entidades: – Linhas, Falanges e Povos – Caboclos – Pretos Velhos – Erês – Marinheiros – Boiadeiros – Baianos – Ciganos – Exus e Pomba Giras;

Aula 13 – Escolas Umbandistas;

Aula 14 – Ervas na Umbanda;

Aula 15 – Oferendas.

Dia/Horário: sábados das 19:00h as 21:00h

Palestrante: Sérgio M Reis (Deyí), presidente/sacerdote do Templo e Escola de Umbanda Luz da Aruanda – Teu Lar, presidente da ONG Teu Lar e autor do livro Universo Umbandista.

Maiores informações no site: www.teular.org.br ou pelo e-mail teular@teular.org.br

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Revolução do conhecimento e a tradição oral

A caminho de ministrar uma palestra sobre finanças em Porto Alegre e filosofando sozinho, na maneira de como utilizar a tecnologia para este fim, acabei desviando o foco e fazendo um estudo sobre o impacto das redes sociais na Umbanda.

Fiquei num dilema shakesperiano, internet ou não-internet no mundo religioso? De um lado a internet e seus "nativos digitais" que conjugam com naturalidade os verbos linkar, blogar e twittar e de outro a milenar tradição oral.

Um conflito de gerações e, conforme estudiosos, uma mudança na forma de pensar e de se relacionar. Alguns cientistas e neurocientistas acreditam que a geração de "nativos digitais" pode estar empobrecendo ou aumentando cada vez mais a dificuldade na interpretação de contextos e símbolos.

Esta situação pode estar acontecendo devido aos apelos superficiais e simultâneos que a web apresenta, a falta de capacidade analítica pode estar trazendo, pela falta de uso, perda de habilidades cerebrais. Por outro lado, o cérebro humano demora aproximadamente 27 anos para ficar pronto e isto tem relação com a falta de concentração dos jovens e a imaturidade independente da internet.

Mas um fato é certo, os jovens se habituaram a confiar no computador, que é a "bíblia" deles. Vivem em função do Google como fonte de consulta e relações em redes sociais, possuem engajamento social - como o curtir e compartilhar - mas normalmente não possuem ação coerente.

A religião tem entre outros apelos a emoção e, conforme a teoria de Jung, do processo de Individualização: a autorealização emocional durante a vida. Buscando o autoconhecimento prestigiamos a análise dos símbolos que precisam ser interpretados.

A tradição oral traz formas diferenciadas e criativas de compartilhar o conhecimento como a transmissão de tradições e valores culturais. Já o computador não tem nada a dizer em termos de emoção.

A relação que a religião pede é a do mestre e do aprendiz. A diversidade de uma religião, como as afro-brasileiras, ocorre devido a um longo processo de seleção natural. Na ciência a seleção natural cumpre seu papel ao longo de bilhões de anos e não a um imediatismo como o mito de Adão e Eva, onde não há um processo de evolução.

A internet tem colaborado para aproximar o grupo interessado, rompe com barreiras existentes no passado e tem sido um grande canal de divulgação. Após a revolução digital, que também é conhecida como revolução do conhecimento, o mundo tornou-se mais globalizado e de informações ágeis o que não permite o aprendizado apenas na pratica diária dentro dos templos e ao mesmo tempo não se pode imaginar que o mistério (pajubá) ou o segredo (awo) estarão disponíveis na web.

Temos hoje à disposição possibilidade de captar, armazenar, processar, multiplicar e disseminar informações.

A internet interrompeu o processo do "isto é um segredo que até eu desconheço" e, com certeza, critica o modelo linear de transmissão do conhecimento e sugere outro baseado na troca e na associação livre de conteúdos.

O uso indiscriminado pode trazer um problema: sem a relação da vivência a internet torna-se apenas um imenso bazar de variedades sem começo, meio e fim.