domingo, 21 de março de 2010

Prece aos Orixás

Que a irreverência e o desprendimento de Exu me animem a não encarar as coisas da forma como elas parecem à primeira vista, e sim que eu aprenda que tudo na vida, por pior que seja, terá sempre o seu lado bom e proveitoso! Laroyê Exu!
Que a tenacidade de Ogum me inspire a viver com determinação, sem que eu me intimide com pedras, espinhos e trevas. Sua espada e sua lança desobstruam meu caminho e seu escudo me defenda. Ogun Yê!
Que o labor de Oxossi me estimule a conquistar sucesso e fartura às custas de meu próprio esforço. Sias flechas caiam à minha frente, às minhas coisas, às minha esquerda, à minha direita, cercando-me para que nenhum mal me atinja. Okê Ode!
Que as folhas de Ossanhe forneçam o bálsamo revitalizante que restaure minhas energias, mantendo minha mente sã e corpo são. Ewe Ossanhe!
Que Oxum me dê a serenidade para agir de forma consciente e equilibrada. Tal como suas águas doces, que seguem desbravando no curso de um rio, entrecortando pedras e se precipitando numa cachoeira, sem parar nem ter como voltar atrás, apenas seguindo para encontrar o mar. Assim seja que eu possa lutar por um objetivo sem arrependimentos. Ora YeYeo Oxun!
Que o arco-íris de Oxumaré transporte para o infinito minhas orações, sonhos e anseios, e que me traga as respostas divinas, de acordo com meu merecimento. Arroboboi Oxumaré!
Que os raios de Yansã ilumimem meu caminho e o turbilhão de seus ventos leve para longe aqueles que de mim se aproximam com o intuito de se aproveitarem de minhas fraquezas. Epa Hey Yansã!
Que as pedreiras de Xangô sejam a consolidação da Lei Divina em meu coração, seu machado pese sobre minha cabeça agindo na consciência e sua balança me incuta o bom senso. Kâo Kabecilie!
Que as ondas de Yemanjá me descarreguem, levando para as profundezas do mar sagrado as aflições do dia-a-dia. Dando-me a oportunidade de sepultar definitivamente aquilo que me causa dor e que seu seio materno me acolha e me console. Odoyá Yemanjá!
Que as cabaças de Obaluayê tragam não só a cura de minhas mazelas corporais, como também ajudem meu espírito a se despojar das vicissitudes. Atotô Obaluayê
Que a sabedoria de Nana me dê uma outra perspectiva de vida, mostrando que cada nova existência que tenho, seja aqui na Terra ou em outros mundos, gere a bagagem que me dá meios para atingir a evolução, e não uma forma de punição sem fim como julgam os insensatos. Saluba Nanã!
Que a vitalida dos Ibejis me estimule a enfrentar os dissabores como aprendizado, que eu não perca a pureza mesmo que, ao meu redor, a tentação me envolva. Que a inocência não signifique fraqueza, mas sim refinamento moral. Oni Ibekada!
Que a Paz de Oxalá renove minhas esperanças de que, depois de erros e acertos, tristezas e alegrias, derrotas e vitórias, chegarei ao meu objetivo mais nobre, aos pés de Zambi. Zambi Pae!

Preces Umbandistas

Pai Nosso
Pai nosso que estais nos céus, nos mares, nas matas e em todo mundo habitado. Santificado seja o vosso nome, pelos teus filhos, pela natureza, pelas águas pela luz e pelo ar que respiramos, Que o teu reino, o reino do Bem do Amor e da Fraternidade, nos una a todos e a tudo o que criaste em torno da sagrada cruz aos pés do divino Salvador e Redentor, Que a tua vontade nos conduza sempre para o culto do Amor e da Caridade, Dai-nos hoje e sempre, o pão do corpo, o fruto das matas e a água das fontes para nosso sustento material e espiritual, Perdoa, se merecemos, as nossas faltas e dai-nos o sublime sentimento do perdão para os que nos ofendam. Não nos deixes sucumbir ante a luta, dissabores e ingratidões tentações dos maus espíritos e ilusões pecaminosas da matéria Envia Pai, um raio da tua divina complacência luz e misericórdia para os teus filhos pecadores que aqui labutam pelo Bem da Humanidade, Assim seja, Saravá Umbanda.
Credo
Creio em OLORUN, Onipresente e Supremo;
Creio nos Orixás e nos espíritos Divinos que nos trouxeram para a Vida, por vontade do majestoso Pai.
Creio nas Falanges Espirituais, que orientam os Homens na vida Térrea;
Creio na Lei da Reencarnação e na Justiça Divina, segundo a Lei do Carma;
Creio na comunicação dos Guias Astrais, encaminhando-nos para a Caridade e a prática do bem;
Creio na Invocação, na Prece e na Umbanda, como atos de fé e creio na Umbanda, como religião redentora, capaz de nos levar pelo caminho da Evolução até nosso pai OLORUN.
Glória a OLORUN!

quarta-feira, 10 de março de 2010

Preçe ao Caboclo 7 Flechas

Salve zambi, pai e criador de todo o universo !
Salve oxóssi, rei da mata e chefe de todos os caboclos !
Salve seu sete flechas e sua falange guerreira!Sete flechas, baixai sobre nós um jato da vossa divina luz, iluminando os nossos espíritos para que possamosentrar em comunicação com esta centelha de luz divinaque emana das vossas sagradas flechas,defendendo e amparando-nos neste mundo terreno.
Salve as sete flechas que vos foram dadas espiritualmente, paradefender-nos de todas as provas que não nos vêm de zambi.Bendito seja oxóssi que vos o colocou sobre o vosso braço direito a flecha da saúde para que derrame sobre nósos bálsamos curadores;
Bendito seja ogum, que colocou sobre vosso braço esquerdoa flecha da defesa para que sejamos defendidosde todas as maldade materiais e espirituais;bendito seja Xangô que vos cruzou uma flecha em vosso peito paradefender-nos das injustiças da humanidade;
Bendita seja a grande mãe Yemanjá que colocou uma flecha em vossas costaspara defender-nos das traições de nossos inimigos.
Bendito seja Oxalá que vos colocou uma flecha sobre vossa pernadireita para cobrir os nossos caminhos materiais e a senda da espiritualidade.Bendita sejam as santas almas que vos botaram uma flecha sobre vossa perna esquerda,para lavar os nossos caminhos,iluminando os nossos espíritos e defendendo-nosde todas as forças contrárias à vontade de Deus.
Bendito sejam os Ibejis que entregaram em vossas sagradas mãosa flecha do astral superior,para dar à humanidade a divina força da fé e da verdade.
Zambi foi quem ordenou, os Orixás as flechas vos entregou.
Com as forças das sete flechas, seu Sete Flechas me abençoou.

Culto a Orixás

Outro dia fui questionado por uma pessoa sobre quais Orixás cabem na Umbanda e que era necessário um denominador comum, o que a principio me pareceu inocência ou discriminação.

Percebi que da mesma forma vejo que o pantaleão africano incomoda muita gente e é fácil perceber isto pois dede o I Congresso Umbandista em 1941 o tema central foi a “purificação da religião”, por eliminação de elementos africanos. Nos ensinamentos que repasso aos médiuns do Templo e Escola de Umbanda Luz da Aruanda – Teu Lar, temos a visão que tudo faz parte de um processo evolutivo e se estamos falando de Orixá, estamos falando da África. Existe a historia do negro sem o Brasil, mas não há história do Brasil sem o negro, e podemos ter a mesma constatação quando falamos do culto de Nação e a Umbanda, por mais que queiramos deixá-la “pura” pois usamos a referência Orixá/Energia da Natureza e assim tudo que faz parte da Gênese Yoruba cabe de alguma forma dentro da Umbanda.

Uma prova disto é quando entramos em vários templos umbandista, inclusive o Teu Lar, onde não vemos elementos africanos ou culto a Òrìsà e não podem ser classificados por exemplo como Umbanda trançada ou Omolokô, mas sim um respeito a ancestralidade e a força da natureza.

Acreditamos que algumas visões distorcidas pelas pessoas e não pela visão Yorubá, além de toda a discriminação ocorrida por estes cultos tenham atrapalhado no entendimento da sociedade.

Neste ponto a Umbanda tem evoluído de forma fantástica, afinal é difícil para qualquer pessoas desejar ser descendente, iniciado e/ou consagração para um Orixás com as inúmeras “estórias” que degradam nossa crença, como por exemplo a difamação feita à aguerrida Yansã, quando a retratam como mulher mundana que viveu trocando de parceiros, ou a Obá que teria cortado a própria orelha esquerda para fazer uma sopa e oferta-la a Xangô.

A diversidade e as ramificações nos tornam numa religião sem clero-estruturado, mas isto não quer dizer que temos que ser desorganizados e sem representações, ou mesmo que não devemos divulgar a nossa doutrina em livros, internet e etc. É certo que sempre haverá debate sobre este material e isto correrá pois os autores sempre preservarão os “mistérios” e “segredos” que aprenderam.

Uma das maiores belezas que temos é a possibilidade de vermos a Umbanda por vários pontos de vista e assim satisfazermos as pessoas conformes a sua necessidade.

Independente da liturgia, os princípios que norteiam a Umbanda, como a caridade, estão presentes em todas as linhas, e este deve ser o norte seguido por nós.